Silvio Almeida um jurista e pensador preto

O flerte da besta, que habita o planalto central, com supremacismo branco outsider da era ‘‘trumpiana’’, tentou ou ainda tenta dá um novo contorno ao racismo estrutural no Brasil, caracterizado pela superioridade branca, que difundi uma falsa ideia de igualdade étnica ou ausência de conflitos raciais, por conta da tal mistura de raças. Assim, de acordo com esta ideia, a questão a ser solucionada estaria na realidade socioeconômica, pois todos com esforço poderiam alcançar qualquer espaço na sociedade.

Ledo engano.

Esta falsa ideia camufla o projeto de embraquecimento da nação brasileira, desde o século XIX, atuante em diversas frentes contra as pessoas pretas, tais como, a oferta deficitária de educação e saúde, a marginalização social aos negros libertos com a ocupação dos postos de trabalho assalariado por europeus brancos, a repressão penal ao modo de vida, cultura e religiosidade e eliminação física de pessoas pretas pelas agências punitivas.

Além disso, o conteúdo dos livros didáticos narravam histórias que traduziam um apagamento de um grupo social, um povo supostamente sem passado, sem identidade. Esteticamente, o fenótipo da pessoa preta e formas do seu corpo são estigmatizados como o oposto ao padrão do que se institui por belo, como também é assunto para piadas depreciativas, em relação ao ‘‘beiço’’, a ‘‘cor do picolé de betume’’, a ‘‘preta do bozó’’.

Cabelos são alisados, pretos e pretas são ‘‘mulatizadas’’ ou ‘‘amorenadas’’. Reflexos das ações explícitas e/ou não manifestas, que formam um conjunto de ataques raciais, que tem a finalidade de desumanizar, humilhar, adoecer, prender e matar o povo preto.

Aqui no Brasil vige a ideia de superioridade da pessoa branca e para o professor Silvio Almeida – homem preto, advogado, filósofo e autor de livros – em mensagem postada no twiter: ‘‘Teoricamente há uma distinção entre as ideologias de “supremacia branca” e de “superioridade branca”. Essa distinção, aliás, é essencial para distinguir a história das relações raciais no Brasil e países como a Alemanha, EUA e África do Sul’’.

Na obra “Racismo Estrutural”, o professor Silvio Almeida nos diz o seguinte: ‘‘Em uma sociedade em que o racismo está presente na vida cotidiana, as instituições que não tratarem de maneira ativa e como um problema a desigualdade racial irão facilmente reproduzir as práticas racistas já tidas como “normais” em toda a sociedade’’.

Entender que o racismo não é um simples e pontual preconceito, mas uma prática estrutural, presente em todos os meandros da sociedade é o primeiro passo para desconstrução da ideia de superioridade branca e luta pela igualdade racial no Brasil.

No papel subalternizado, as pragas do apocalipse do atual governo replicam posicionamentos exportados do racismo de outras paradas geográficas, mas com a queda do tio do cabelo loiro flor de milho, o tico e teço de Araújo e similares, aqueles da tal ala ideológica, é bem capaz de da um curto-circuito.

Fiquemos por aqui celebrando o pensamento de Silvio de Almeida, em cotejo com as novas peças no tabuleiro nas Américas.

Imagem: montagem ciranda.net (Silvio Almeida, Caricatura Silvio Almeida,

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