‘‘Galo cocorocou no Terreiro de Jagum…’’ assim escreveu Jorjão Bafafé no quintal de uma casa de axé, localizada no Engenho Velho de Brotas, bairro negro soteropolitano, onde pulsa tambores, atabaques e muito barravento, principalmente, naqueles que estão devendo ‘‘obrigação’’.
Desse espaço brota muita coisa boa da cultura baiana, como o Afoxé Badauê, fundado pelo saudoso Moa do Katendê e seu Jorge Sacramento de Santana, Jorjão Bafafé, Ogan do Terreiro de Jagun, Ilê sagrado por muito tempo liderado por sua avó a Ialorixá Maria Amélia do Sacramento.
No Engenho Velho de Brotas, onde Jorjão nasceu e se criou, surgiu o samba junino, aliás, por determinação de sua avó, que na verdade, obedecendo aos Orixás, realizava a trezena de Santo Antônio, e após a reza, o samba comia no centro.
Esta referência cultural da Bahia é compositor, percussionista, com passagens pelo Araketu, trabalhos com Jimmy Cliff, Margareth Menezes e Lazzo, além de ser o criador, em 1982, do Bloco Afro Ókánbí.
O espírito cidadão vocaciona Jorjão a trabalhos sociais junto ao povo preto, ensinando os toques e ritmos que os Orixás lhe permitiram aprender. Faz este trabalhando sem qualquer retorno financeiro, mas pelo prazer de ver a cultura do seu povo exaltada.
O Terreiro lhe deu régua e compasso, lhe pegou pela mão e foi seu educador e mestre musical. Possui notável inteligência e humildade para compartilhar com os outros os ensinamentos acumulados na sua trajetória. Jorjão Bafafé esta entre os grandes ícones da percussão e da música baiana.
Vida longa ao mestre, que possui a magia nas mãos, no couro, na baqueta, no agdavi, no tambor.
Adupé professor Jorjão Bafafé.
Imagem: montagem Ciranda.net (Imagem Mestre Jorjão percussão, imagem Mestre Jorjão,
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