Um outro mundo é possivel?

Vítor Massao, Revista Viração
28/01/2009

Este e o terceiro FSM de que participo. Estive nos de 2003 e 2005, em Porto Alegre.
Nesses últimos 6 anos muita coisa mudou na minha militância. Percebo outras formas políticas e socioeducativas de se ter um outro mundo possível. Mas e o fórum, no que modificou?

Já há algum tempo comparo o FSM a um woodstock moderno, com grandes festivais e movimentações aos berros de «um outro mundo é possível» que, creio eu, tem que se inciar pelas ações mais simples. Difícil modificar algo tão global e macro se após os shows a quantidade de lixo gerada e largada chega a bater recordes, onde facilmente se justifica a ação pela falta de lixeiras nas ruas e, na verdade, não se justifica! Lembro-me de um ônibus onde um jovem, irritado, reclamava do motorista não abrir a porta antes do ponto e me pergunto que caos seria se todos tivessem esse mesmo desejo em uma cidade superlotada (E olha que ela está acostumada, pois durante o Círio de Nossa Senhora de Nazaré a cidade suporta números bem mais elevados de participantes).

Enquanto não aprendermos a compartilhar e perceber o espaço do outro fica complicado um outro mundo possível, o que me faz lembrar de uma memorável palestra de Eduardo Galeano durante o FSM de 2003: «Hoje a palavra mais falada do mundo é EU. Se pegarmos as antigas inscriçôes maias a palavra mais escrita era NÓS.»

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