Em um auditório super lotado, sem espaço suficiente para todos que queriam ouvir falar da possibilidade de um mundo sem guerras, o cientista político Emir Sader abriu o debate chamando a atenção para o fato de que o tema da guerra e da paz ocupa um lugar secundário na programação do Fórum Social Mundial. Segundo ele, “sem paz, nenhum outro mundo será possível!” Defendeu, ainda, que o próximo Fórum seja realizado próximo a um lugar de conflito bélico e que este seja um tema central.
A discussão ficou a cargo do palestino Jamal Juma (Ramallah) e do colombiano Alejo Vargas, da Universida Nacional de Colombia, que expuseram as raízes dos conflitos armados nesses lugares.
Vargas anunciou a liberação de mais 6 sequestrados pelas FARCS no próximo domingo (1), como resultado de uma negociação na qual o governo brasileiro teve papel importante. Em sua opinião, o conflito armado colombiano deve ter uma saída política com a participação de outros governos da região, a exemplo do Grupo Contadora, criado por México, Colômbia, Panamá e Venezuela em 1983 para mediar nos conflitos centro-americanos. Uma mudança na ênfase da política norte-americana pode ser também um fator importante para o fim do conflito.
Já o palestino Jamal Juma (de Ramallah) duvida de mudança significativa na política dos EUA, considerando as declarações de Obama a respeito dos ataques na Faixa de Gaza, defendendo um estado palestino contíguo e “viável”, o que segundo ele significaria na prática um espaço fragmentado, sem território e sem autonomia. Na sua opinião, os povos de todo o mundo devem se unir para apropriar-se das leis internacionais, que não podem continuar servindo apenas aos interesses de países poderosos.
As atividades autogestionados do Fórum estão enquadradas em 10 objetivos temáticos, incluindo “a construção de um mundo paz. justiça, ética e respeito pelas espiritiualidades diversas, livres de armas, especialmente as nucleares”.