“Sábado-feira” é lançado em São Paulo

“O Fórum Social Mundial é o movimento mais importante que surgiu no mundo desde que os ricos perderam o medo dos pobres”, disse Plínio de Arruda Sampaio, da Associação Brasileira de Reforma Agrária (ABRA), durante entrevista coletiva de lançamento do evento Sábado-feira, forma proposta pela Comissão de Justiça e Paz, em São Paulo, para marcar a passagem do Dia de Ação Global chamado pelo Fórum Social Mundial para 26 de Janeiro de 2008.

“Será um dia muito importante para mostrar há gente mobilizada em todo mundo”, explicou Plínio. O medo perdido, segundo ele, é o que deu lugar ao surgimento do neoliberalismo. Agora movimentos sociais e populares atuam para que os pobres voltem a ser temidos, disse ele, referindo-se às mobilizações que o processo FSM impulsiona

Reunindo já outras organizações sociais chamadas pela CJP-SP durante o mês de novembro, o evento Sábado-Feira vai durar um dia inteiro, com exposições, debates, rodas de conversa, e participação de entidades e comunidades vindas de fora da capital. Elizete Fabbri, da CJP-SP, já conta como certa a presença de comunidades quilombolas do Interior e do Litoral paulista.

A construção do evento deve ainda criar conexões com atividades de rua chamadas por movimentos sociais – como marchas e perfomances também previstas para celebrar a data. O local do Sábado-feira será o Colégio São Luis, na Avenida Paulista, via tradicional de manifestações na capital de São Paulo.

“A Comissão de Justiça e Paz está na organização deste evento pela vontade de estar próxima de todas as lutas voltadas a aprimorar a socidade. E este é um momento para que estas se conheçam melhor”, Josephine Bacariça, da CJP-SP

Salas, auditórios e pequenos palcos serão usados pelas organizações inscritas, explica Ermínia Alonso, da CJP-SP. E também, serão feitas vídeo-conferências com outros continentes pela internet, e um telão mostrará o que se passa em outros lugares.

Velas no Canadá, boas notícias de lá pra cá

26 de Janeiro será o dia anti- Davos, lembrou Sergio Haddad, que abriu a coletiva. Membro do Conselho Internacional do FSM desde a primeira edição, em 2001, na cidade brasileira de Porto Alegre, Sergio recordou a história e a evolução do processo FSM, cujos encontros mais expressivos acontecem nas edições mundiais realizadas justamente nas datas em que o Fórum Econômico Mundial, promovido pelas grandes potências, acontece na cidade de Davos, na Suiça.

No próximo ano, explicou Sérgio, os encontros anti-Davos não terão uma sede geográfica, mas estarão espalhados pelo mundo todo. O processo FSM, construído até aqui, permitiu que as diversas expressões regionais da resistência ao neoliberalismo dialogassem, a ponto de reunirem força para fazer um chamado mundial à mobilização.

O retorno está sendo importante, garantiu Stella Whitaker, da Associação para o Desenvolvimento da Intercomunicação. “Tenho acompanhado de perto os preparativos para o dia 26 na França, na Alemanha e também as informações que chegam de outros lugar mostram que haverá todo tipo e formato de manifestação”. No Canadá, por exemplo, a organizações pretendem acender velas na neve, para expressar calor da resistência que se articula no processo FSM. Outra novidade é a rede das “boas novas” que começa a se formar, segundo ela, levando e trazendo notícias das alternativas em construção em vários lugares.

“O grande ganho trazido por uma proposta dessas é o trabalho em rede que se fortalece. Reúne grupos distantes mas que tem as mesmas perspectivas de transformar o mundo”, disse Josephine Bacariça. As organizações de São Paulo já estão sentindo, diz ela, a responsabilidade que é expressar suas lutas e agendas no dia 26.

Mais informações no site Sábado-feira

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