Entre a expectativa de uma tensa disputa eleitoral em seu país e a responsabilidade de sediar o III Fórum Social das Américas, representantes da Guatemala estiveram em Belém para conversar sobre o processo FSM no continente.
A terceira edição do encontro que reúne entidades e ativistas das Américas deverá ser realizado dentro de um ano, de 7 a 12 de outubro, mas o processo de mobilização já deve começar a ganhar as ruas em Janeiro de 2008, com a participação dos movimentos guatemaltecos na Semana e no Dia (26) de Mobilização e Ação Global
Participantes acreditam que o III FSA servirá para estreitar os laços entre as lutas dos movimentos da América central e do México com o processo FSM e também para dar visibilidade às lutas por direitos humanos em um país assolado pela violação sistemática.
Juan Timey, do Fórum Social da Guatemala , disse que a expectativa para o FSA é de reunir cerca de 20 mil integrantes de movimentos sociais, com forte presença dos povos indígenas e relevância para suas lutas. Segundo o Conselho Hemisférico, o III Fórum Social das Américas será um espaço de expressão da resistência dos povos, da luta pela terra e territórios e condenação das políticas neoliberais na região.
Conjuntura e mobilização regional
Analisar as condições em que o III Fórum Social das Américas será realizado foi um dos motivos da reunião do Conselho Hemisférico, com a presença de cerca de 30 integrantes de organizações. O segundo turno da escolha presidencial ocorre no final da semana e, durante mes de novembro, o FSA deve ser lançado oficialmente no país, já se conhecendo o resultado das urnas.
Recentemente, uma delegação do conselho e integrantes de entidade mesoamericanas estiveram na Guatemala para ouvir movimentos locais e participar de debates sobre globalização neoliberal e alternativas.
O FSA é visto com interesse por movimentos sociais dos países no entorno, como a Bolívia e o Equador, que discutem seus processos constituintes, ou a Costa Rica, que perdeu o referendo por muito pouco.
A grande expectativa é de que o Fórum permita avançar na articulação de lutas entre as várias regiões do continente, e de alternativas a partir da diversidade de movimentos e da riqueza de conhecimentos ancestrais da região
O primeiro FSA foi realizado em Quito, em julho de 2004 e a segunda edição acompanhou o Fórum Social Mundial policêntrico, sendo realizada em Caracas, em janeiro de 2006. Agora, o FSA chega à América Central e deve atrair, além dos vizinhos do Sul, os movimentos sociais dos Estados Unidos, que realizaram seu primeiro FS neste ano de 2007.
Integrantes de movimentos norte-americanos também participaram das reuniões do Conselho Hemisférico das Américas e do Conselho Internacional do Fórum Social Mundial, em Belém, onde fizeram um balanço da experiência de Atlanta.