A Marcha Mundial das Mulheres, articulação feminista internacional de luta contra a pobreza e a violência, definiu que fará mobilização própria mas também fortalecerá a ação dos movimentos sociais chamado pela Coordenação dos Movimentos Sociais (CMS). Será organizada uma grande batucada feminista para denunciar que outro mundo não é possível com a violência que cotidianamente atinge milhares de mulheres em São Paulo, no Brasil e no mundo.
As feministas da Marcha dirão não à violência doméstica e sexual; à violência acirrada com os conflitos armados e guerras no mundo, à violência que mata a juventude negra nas periferias das cidades. A violência dos feminicídios na América Latina que têm por trás o tráfico de drogas, a prostituição e o trabalho forçado.
A Marcha quer neste dia denunciar a violência e ressaltar a solidariedade como a ferramenta fundamental para mudar este mundo e a vida das mulheres.
Em seu documento, ressaltam “a resistência dos povos por outro mundo de igualdade e relembramos a Revolta dos Malês (25 a 27 de janeiro de 1835), na qual temos a lutadora e grande articuladora Luiza Mahin* que lutou pela liberdade de seu povo.
Ação dos movimentos sociais em 26 de janeiro
Serão realizadas panfletagens nas várias regiões no dia 26 pela manhã e ato em conjunto com setores de teatro e comunicação, às 14 horas, em frente ao teatro municipal, na Praça Ramos, no centro da capital paulistana.
A ação terá ênfase contra o imperialismo. Destacará a realidade política econômica brasileira e as mudanças necessárias. A solidariedade como elemento fundamental para soberania dos povos latino-americanos, como por exemplo, dar todo apoio a Bolívia que vive um momento de mudanças que precisam ser respaldadas.
*Luísa Mahin (nascida no início do século 19) foi uma ex-escrava africana, radicada no Brasil. Pertencia à tribo Mahi, da nação africana Nagô. Luísa esteve envolvida na articulação de todas as revoltas e levantes de escravos que sacudiram a então Província da Bahia, nas primeiras décadas do século 19. Quituteira de profissão, de seu tabuleiro eram distribuídas as mensagens para os militantes da Revolta dos Malês (1835). Descoberta, foi perseguida, conseguindo fugir para o Rio de Janeiro onde foi encontrada, detida e degredada para Angola, na África. Não existe, entretanto, nenhum documento que comprove essa informação.