Quênia espera 80 mil para 7º Fórum Social Mundial

Kibera, a maior favela africana, com quase 800 mil habitantes, será o
local de largada da marcha de abertura do 7º Fórum Social Mundial, na
manhã deste sábado. Este ano, o encontro acontece em Nairóbi, capital
do Quênia, no leste africano, de 20 a 25 de janeiro.
Original de um dialeto do nordeste da África, a palavra kibera quer
dizer selva. A favela abriga um terço da população de Nairóbi. O local
será o ponto de encontro para os cerca de 80 mil ativistas do mundo
todo esperados para a caminhada até o Parque Uhuru, no centro da
capital queniana.

Após a marcha, representantes do Comitê Organizador do Fórum Social
Mundial e de movimentos populares africanos vão fazer discursos. Na
cerimônia de abertura deverá ser anunciado o caráter prioritário da
sétima edição do encontro: reforçar a presença da África na agenda
mundial e agregar os países africanos em torno de discussões de
interesse comum, como guerras regionais, migrações, controle de
recursos naturais e o combate à fome, à aids e à pobreza.

Para o queniano Onyango Oloo, um dos organizadores do Fórum, o evento
servirá como aglutinador de forças antiglobalização. “Quero que o
encontro se transforme num espaço de organização e mobilização contra
o neoliberalismo e o sistema financeiro internacional e suas ações
neocoloniais na África”.

Francisco Whitaker, integrante do Comitê Organizador Internacional do
Fórum e da Comissão Brasileira de Justiça e Paz, espera que o evento
traga mais visibilidade ao continente africano. “Esperamos que a
África ganhe um espaço mais central nas preocupações do mundo”,
declarou.

A cerimônia de abertura segue com apresentação do sambista Martinho da
Vila, num concerto batizado de Conexão Brasil-África, e vários shows
de grupos africanos de música e dança.

Os mais de mil seminários, workshops, testemunhos e discussões
programados para o 7º Fórum Social Mundial começarão a partir de
domingo. As atividades serão concentradas no Moi International Sports
Centre, a duas horas do centro de Nairóbi.

De acordo com a organização do evento, estão credenciados três mil
participantes não-africanos e sete mil africanos, dos quais 60% são do
Quênia.

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