Foto: Frineia Rezende
O Fórum de Nairóbi foi marcado por um conflito econômico que, no último dia de atividades, acabou por transformar-se em grande confusão. Grupos quenianos, com o apoio de movimentos populares de outros países, protestaram contra o valor da inscrição cobrada dos africanos, assim como pela alimentação. Um dos restaurantes – pertencente a um clube de golfe cujo proprietário teria ligações com o governo nacional – foi depredado.
Antes disso, passeatas repetiram-se em três dias, tanto nos portões de acesso ao Moi International Centre, mais conhecido como Kasarani, (o complexo esportivo que abrigou o FSM) como dentro do espaço do Fórum.
O valor da inscrição para os participantes de países do Leste da África – Ksh 500 ou US$ 7 – é considerado altíssimo, em especial para os moradores de Nairóbi.
A comida foi fornecida por restaurantes de hotéis e clubes da cidade, em barracas montadas em pequenas praças de alimentação. Com preços uniformes, cada uma delas oferecia uma refeição por Ksh 400. Com uma garrafa de água, o preço chegava a Ksh 500.
Em fóruns anteriores, a alimentação era fornecida a preços mais populares. Nos quatro anos em que o FSM foi realizado em Porto Alegre, almoço e jantar eram oferecidos por redes de economia solidária. Em Mumbai(2004), uma praça de alimentação ofertava pratos locais com preços acessíveis aos indianos.
Questionada sobre o que teria sido uma baixa participação dos quenianos no Fórum, Sara Longwe, representante dos movimentos do Quênia no Conselho do Fórum Social Africano, disse que a presença de seus compatriotas foi satisfatória. Segundo ela, os moradores de Nairóbi estiveram presentes, mas teriam tomado parte mais de atividades relacionadas à realidade queniana e, com isso, sua participação teria ficado “pouco visível”.