Foi aprovado o documento da Plenária LGBT, que seria lido durante a “Assembléia das Assembléias”, na tarde deste domingo (1º), na UFRA. A plenária que reuniu mais de cem militantes LGBT, na tenda do Mundo do Trabalho, na noite do dia 31, discutiu a necessidade de, pela primeira vez, elaborar um documento cobrando compromissos do Fórum Social Mundial na luta contra a homofobia. Além de brasileiros, a plenária contou com a representação de entidades peruanas, argentinas, espanholas e norte-americanas.
Segundo Paulo Mariante, do grupo Identidade, de Campinas (SP), que foi o facilitador da plenária, o documento visa exigir que o FSM reconheça a Rede LGBT como interlocutora, dando-lhe assento no Conselho Internacional do FSM. Outra medida reivindicada pela Rede é que os participantes do FSM incorporem as bandeiras do movimento LGBT de forma efetiva e incluam na agenda unifica de lutas o Dia 17 de Maio – Dia Mundial de Luta contra a Homofobia.
“Racismo, machismo, homofobia, lesbofobia e transfobia não podem ser uma questão menor do FSM, mas uma estratégia central para a luta por um novo mundo”, ponderou Mariante. O documento enfatiza a importância dos movimentos sociais de todo o mundo se unirem contra a atual criminalização da homossexualidade, vigente em 88 países, sendo que a Arábia Saudita, os Emirados Árabes Unidos, o Iêmen, o Irã, a Mauritânia, a Nigéria e o Sudão punem com pena de morte.
O militante destaca também o apelo, constante no documento, a que as entidades nacionais e internacionais se incorporem ao processo do FSM. “É importante que essa militância LGBT participe para conquistarmos um espaço maior no Fórum, e para incorporar as demais lutas, que também são nossas”, afirmou.
Marcha do Arco-Íris
Antes da plenária, as dezenas de participantes realizaram uma marcha pelo território do FSM, que mobilizou o entusiasmo dos demais participantes, por onde passava. A marcha atravessou os campi básico e profissional da UFPA, separados por um rio, gritando “a nossa luta é todo dia, contra o racismo, o machismo e a homofobia”.
Faixas de entidades internacionais e adereços arco-íris coloriram a marcha. A manifestação foi interrompida, após cerca de uma hora, pela forte chuva do fim de tarde, que provocou brincadeiras entre os participantes, que se refugiaram na tenda do Mundo do Trabalho.