A AMB – Articulação de Mulheres Brasileiras é uma das principais impulsionadoras dos Diálogos Feministas,organização integrada por 12 redes e organizações feministas de vários países. e faz parte da convocação da Assembléia de Mulheres, que ocorrerá no último dia do Fórum (1º de fevereiro), quando as posições das várias organizações feministas será explicitada.
Betânia Ávila, do SOS Corpo e também da AMB, nos falou sobre a importância deste momento estratégico. Para ela, “sintetizar as principais lutas das mulheres é reducionista”, mas destaca a questão do emprego e renda, pois as mulheres estão em maioria no mercado informal, sem qualquer direito; a questão da previdência e da seguridade, que com esta crise agrava-se sensivelmente; a mercantilização do corpo da mulher que ganha novas formas, invadindo a vida cotidiana; a violência sexual que se mantém como um problema gravíssimo; e, por fim, temos o desafio de legalizar o aborto em toda a América Latina. “Em nosso continente, os governos ditos progressistas, socialistas, mas o aborto continua ilegal”,diz ela. “Defendem o estado laico com um discurso formal, e na prática continuam subservientes ao discurso religioso, sobretudo católico”.
“Não deve ser um modelo único a sair do FSM”, opina Betânia. “A idéia é construir estratégias de luta e alianças diversas, que possam articular lutas desde a perspectiva local até a mundial”. Podemos tirar uma estratégia coletiva e várias outras por segmentos”.
A representante da Índia na mesa dos Diálogos, Nandita, diz que já se cansou de responder em seu país se não é perda de tempo as feministas participarem do FSM. “Nossa luta não é só contra o neoliberalismo, mas contra os fundamentalismos e o patriarcado. Nenhum mundo alternativo pode existir sem o feminismo, sem isso nenhum movimento social desafiará a globalização”. Para isso, Nandita acha que “temos que nos unir, descobrir espaços nos movimentos maiores, temos que fazer parte e lutar”. Segundo a indiana, não é fácil participar do FSM: “as mulheres estão lá, reconhecidas por todas, mas estamos no poder?”
Parte do feminismo virou uma tendência com enfoque nos direitos humanos individuais. “O neoliberalismo reduz tudo à neutralidade de gênero, precisamos trazer de volta o feminismo que vai além de igualar homens e mul