A Fuzarca Feminista, habitual batuque da Marcha Mundial das Mulheres, levou som e animação para o Largo Paissandú, as 11 horas da manhã do dia de ação global convocado pelo Fórum Social Mundial. Enquanto algumas começavam o aquecimento dos tambores e latas, outras distribuiam panfletos e adereços. Estavam se preparando para chegar até o local de concentração do Clã Amarelo. Arrumadas, organizadas, ensaiadas, levantaram as faixas e foram a rua num alegre caminhar até o Teatro Municipal.
“Estamos na rua assim como vários outros militantes de organizações e movimentos sociais e sindicais, de todas as partes do mundo, para mostrar que outro mundo é possível. Mas principalmente para dizer que para as mulheres, esse modelo que repudiamos é muito mais perverso, pois combina dominação capitalista com a opressão patriarcal”. A explicação é dada por Sonia Coelho, da Marcha Mundial das Mulheres de São Paulo.
Além das demandas apresentadas com regularidade pelo movimento feminista, como a violência doméstica, o direito ao aborto, a desigualdade salarial ou o aumento do salário mínimo como política de empoderamento econômico das mulheres mais pobres, nesta ação global as mulheres frisaram as violências bárbaras que vêem acontecendo no Haiti, Burma, Irã, na República Democrática do Congo e no México. O batuque brasileiro ecoava a solidariedade entre as mulheres e palavras de ordem foram ouvidas em nome daquelas que não puderam sair às ruas.
A Marcha Mundial das Mulheres participou de atividades, além de São Paulo, no Pará, Rio Grande do Sul, Rio de Janeiro e em outros países nos vários continentes. “Estamos na rua hoje porque não vamos aceitar o que Davos ou o G8 dizem que é bom para nós. Fazemos ecoar, neste dia de ação global contra o neoliberalismo, a solidariedade com as mulheres do Quênia e todas as outras que estão sofrendo com a violência, a intolerância e o machismo”, encerrou Miriam Nobre, representando o Comitê Internacional da Marcha.