O ministro Luiz Dulci, da Secretaria-Geral da
Presidência da República, defendeu ontem o fim dos paraísos fiscais,
no Fórum Social Mundial, em Nairóbi, no Quênia. Dulci representou o
presidente Lula no seminário “Taxação Internacional: uma ferramenta
para governar a globalização e financiar o desenvolvimento”, promovido
pela ONG alemã Friedrich Ebert Stiftung.
“Paraísos fiscais são fontes de corrupção e sonegação, usados em
grande parte por multinacionais, empresas privadas e milionários”,
declarou Luiz Dulci. Para ele, trata-se de um problema estrutural para
a economia mundial. “Paraísos fiscais podem ser uma questão
intermediária até alcançarem altos índices de fluxos financeiros.”
O seminário também contou com presença de ativistas e acadêmicos. Eles
sugeriram que a adoção de novas políticas e a criação de novos
impostos internacionais cumpram o objetivo de regular o atual modelo
financeira global para beneficiar países economicamente frágeis. No
caso africano, o diretor internacional da ONG Tax Justice Network,
John Christensen, ex-conselheiro tributário do governo britânico nas
Ilhas Jersey, defendeu que países africanos reduzam a agressiva
competição tributária para resistir a pressões de multinacionais.
“Elas negociam o quanto querem pagar em impostos individualmente. Por
causa dessa política agressiva de taxações de tributos entre os países
os governos acabam nas mãos das multinacionais, que escolhem onde se
instalar de acordo com interesses próprios.”