Manifesto Hip-Hop

Como anfitriões do Fórum Social Mundial deste ano, nós, como africanos do Quênia, como todo o continente africano e como todos da diáspora de outros continentes estamos profundamente honrados com a presença de ativistas e revolucionários de várias partes do mundo, empenhados na luta contra o racismo e o imperialismo.

Entretanto, enquanto nós estamos solidários com os princípios do Fórum e as suas demais lutas, nós africanos de todos as partes do mundo somos os primeiros e principais comprometidos na libertação do povo africano em nosso continente e em todos os outros.

Enquanto o povo africano não é o único oprimido no mundo, nós não podemos encontrar outro povo cuja opressão seja tão universal e vital para a continuação do sistema racista e imperialista.

Nós, como uma só comunidade, acreditamos fortemente que os séculos de opressão criaram crises em nossas comunidades – especialmente crises culturais.

Nós, como uma só comunidade, acreditamos fortemente que o povo africano não pode se desenvolver economicamente e politicamente enquanto nós não restabelecermos nossas bases culturais e sustentar-nos em nossos próprios valores.

Nós, como africanos, acreditamos fortemente que a economia e a política não existem apartadas dos princípios culturais e cotidianos do povo.

Infelizmente, entretanto, nós sentimos que a despeito do fato do Fórum Social Mundial estar sendo realizado na África, isso não acarretou em um trabalho endereçado às questões particulares da África e do povo africano.

O Fórum inclusive deixou massas de africanos excluídos da participação de suas atividades por cobrar altos preços na entrada, na comida e na água.

Desta forma, nós resolvemos que devemos organizar, separadamente, um Fórum Mundial do Povo Africano imediatamente antes da participação de outro Fórum Social Mundial.

Nós devemos criar espaços separados para discutir questões como as seguintes: como reconstruir a família africana, como construir respeito mútuo e relações entre mulheres, homens e crianças africanas, como conseguir reparação do pelo MAAFA (Holocausto Africano) do escravismo, como restabelecer a independência intelectual africana, e como trazer a consciência africanamente centrada (africana-centrada) do Hip Hop ao fronte da nossa luta por libertação.

Essas e outras questões serão e deverão ser discutidas e resolvidos no nosso Fórum Mundial do Povo Africano.

Este manifesto é uma chamada para atividades e suporte de todos os africanos no continente ou fora dele.

Este manifesto é uma chamada para todos os africanos do mundo para que prestem atenção em seu passado e que recuperem sua grandiosidade histórica para hoje!!!

Com amor e luta,

NDUGU International Committee

“Nós devemos segurar/prender/resgatar nossa herança e nossa identidade se nós queremos nos libertar dos laços/amarras da supremacia branca. Nós devemos promover uma revolução cultural para desfazer a lavagem-cerebral em todos os povos.” – El Hajj Malik El Shabazz (Malcom X)

23/01/2007
VII FSM

One thought on “Manifesto Hip-Hop

  1. Manifesto Hip-Hop
    Bem, me chamo Silvana Carvalho e faço parte de um grupo de pesquisa da Universidade Federal da Bahia.Dentro desse projeto o meu recorte é hip hop angolano e mais especificamente Mc Kappa se fosse possível teria como vocês mandarem meteriais sobre ele pra mim? estou com uma certa dificuldade para conseguir suas composições desde já muito obrigada e parabéns pelo trabalho.

    e mail(silvana _carvalho22@hotmail.com)

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