Dias antes do início do Fórum Social Mundial, as periferias, de Belém já estavam a mil por hora em atividades de sensibilização acerca da importância do evento e das discussões a serem promovidas nas Universidades Federais, Rural e UFPA através de do movimento Hip Hop local. As atividades além de contemplarem as quatro expressões do Hip Hop como: Graffiti, Rap, Discotecagem e a Dança de Rua, também contava com a Capoeira, o Basquete de Rua e muita intervenção audiovisual de comunicação alternativa e compartilhada para o registro de toda a movimentação.
Mas como nem tudo na vida é um show, o Hip Hop presenciou o que a Força Nacional não viu, pois enquanto todo o aparato bélico deles estavam apontados para as cabeças dos jovens moradores do Guamá e Terra Firme com a justificativa de garantir a segurança dos participantes do Fórum, que não só também poderiam ser, como deveria ser participantes os membros dessas comunidades, que ficaram privados de seus direitos de ir e vir nos espaços público da Universidades, por não terem tido as mesmas condições de pagarem o valor exigido para suas inscrições no Fórum.
Os madeireiros e desmatadores ilegais da tão querida Amazônia passavam livremente com suas cargas. No exato momento da passagem da carga ilegal, de fronte ao Centro Comunitário João Nunes, situado no bairro do 40 horas onde rolava o evento, um grupo de mcs que disputavam uma batalha de Freestyle, não tiveram dúvidas de encherem o peito de ar, e dispararem toda a indignação pela ousadia feita, e tudo isso em forma de Rimas, com muita arte e inteligêngia, lição e postura absolvida de imediato pelas crianças presentes. pois é, esse é o Hip Hop da Floresta, comprometido com sua causa mais nobre: a preservação da floresta amazônica.
Questões como essas e outras implicaram e comprometeram esses jovens guerreiros homens e mulheres, nas discussões da Cidade Hip Hop, espaço que foi legitimado para esse segmento no Acampamento Intercontinental da Juventude localizada na UFRA.