“Desenvolvimento Regional e Sustentabilidade: o Papel da Educação”. Esse foi o tema da palestra conduzida pelo reitor da Universidade Federal do Pará, Alex Bolonha Fiúza de Mello, durante as atividades do Fórum Social Mundial 2009, na Tenda Mundo do Trabalho. A convite da União Geral dos Trabalhadores (UGT), o Magnífico realizou explanação em que relacionou a condição de subdesenvolvimento vivida por inúmeros países com o problema da falta de um sistema de educação pública de qualidade, como no caso brasileiro.
A mesa de diálogo sobre o tema foi composta, também, pelo secretário de relações institucionais da UGT, Gilvan Benedito dos Anjos, e pelo secretário nacional da UGT Brasil, José Pegado. De acordo com o presidente da UGT Pará, José Francisco Pereira, espaços como o ofertado pelo FSM 2009 são de importância fundamental para fomentar debates e reflexões sobre temas diversos e de interesse social. “Nessa perspectiva, a presença do reitor Alex Fiúza é muito significativa na atividade da UGT, pois o movimento sindical não pode ficar longe do movimento acadêmico. É difícil avançar no mundo do trabalho sem as informações e o conhecimento científico divulgado na universidade”, afirmou.
Educação
Para o reitor da UFPA, na atual conjetura social, não há possibilidade de crescimento para a classe trabalhadora se não houver educação pública de qualidade. “Essa é a conquista mais importante a ser alcançada não só no Brasil, mas também em todos os países subdesenvolvidos do mundo. É o não domínio do conhecimento, a ausência de senso crítico e de capacidade de argumento que impossibilita o diálogo intercultural e o progresso econômico”. Segundo Alex Fiúza, o drama da falta de investimentos na educação no Brasil, por exemplo, está intimamente relacionado com problemas como o da segurança, pois o jovem que está nas ruas, hoje, só se encontra em situação de risco social por não estar na escola.
Sustentabilidade
“Investir em conhecimento é investir em desenvolvimento e de forma sustentável, uma vez que o conceito de sustentabilidade pressupõe a garantia de recursos, sejam os naturais, sejam os ideológicos, para a geração futura. É no patamar do conhecimento que se classificam os países desenvolvidos e subdesenvolvidos”, enfatizou o reitor. No contexto das bandeiras de luta levantadas pela União Geral dos Trabalhadores, Alex Fiúza falou, ainda, que não basta, para a classe, reivindicar apenas emprego e salário. “É preciso levantar outras bandeiras, como a da educação, pois desta, advêm todas as outras, como o acesso à moradia, à saúde, ao saneamento básico”, complementou.
No panorama regional, Alex Fiúza destacou que o desenvolvimento da Amazônia depende do conhecimento aplicado aos recursos naturais, de modo que a exploração do meio ambiente possa ser feita de maneira sustentável e socialmente responsável. “A nossa região é a mais rica do planeta em abundância de recursos, porém é carente em educação, fato que limita o desenvolvimento regional. Somente quando o progresso econômico da Amazônia for associado ao progresso científico, poderemos ter as nossas riquezas naturais transformadas em riquezas sociais”, finalizou.
Texto: Jéssica Souza – Assessoria de Comunicação Institucional UFPA