Comunicação alternativa segue sendo desafio para o Fórum

Fazer comunicação no Fórum Social Mundial segue sendo, depois de sete
anos, um desafio. E as razões deste diagnóstico, feito por
representantes de mídias alternativas em encontro realizado na manhã
do terceiro dia do FSM Nairóbi, repetem-se desde a primeira edição do
evento em 2001, em Porto Alegre.

Como em sua primeira versão, realizada ano passado em Caracas, o II
Fórum Mundial da Informação e da Comunicação voltou a discutir as
dificuldades de financiamento dos projetos e a atenção do próprio FSM
ao tema.

Segundo Roberto Sávio, da agência IPS, a comunicação não tem tido
lugar estratégico nas definições políticas e organizacionais do
Conselho Internacional do Fórum. “Fórum atrás de fórum, estamos
parados no tema da comunicação”, sentenciou. De acordo com Sávio, o CI
não coloca a discussão da infra-estrutura para a comunicação – ou o
apoio aos projetos de mídia alternativa – como prioridade em sua
pauta.

A falta deste suporte se refletiria tanto na dificuldade de realização
dos projetos, como na qualidade da comunicação realizada por eles.
Sávio defende que o FSM tenha uma estrutura de atendimento que “guie”
os comunicadores pelo vasto emaranhado de informações de um fórum como
este. Segundo ele, a ausência desta estrutura impede tanto um trabalho
mais aprofundado de comunicação alternativa, como uma cobertura das
mídias tradicionais.

Levantamento feito pela IPS mostra que o espaço dedicado ao FSM na
grande imprensa caiu oito vezes desde a primeira edição. Considerando
as mídias alternativas que deixaram de existir por conta da falta de
apoio dos movimentos sociais ou patrocínio privado, o espaço perdido
pode ser ainda maior.

Durante o FSM, a IPS produz diariamente uma edição impressa do jornal
Terraviva. Desta vez, em Nairóbi, a publicação conta com anúncio do
Banco do Brasil. A agência tem sede na Itália.

Já a Ciranda da Informação, iniciativa de comunicação compartilhada
criada junto com o FSM, sobrevive as custas do apoio das organizações
e outras mídias participantes. A Ciranda funciona como uma espécie de
portal, onde todo comunicador ligado a mídias alternativas pode
compartilhar o conteúdo produzido. Como na ultima edição do FSM em
Caracas, parte de seus integrantes foram trazidos a Nairóbi com o
apoio de entidades do Brasil.

Para Rita Freire, a Ciranda sobrevive “por milagre”. “O problema é
que não se faz comunicação com milagre, mas com recursos e
articulação”, disse.

Aleida Callejas, da Associação Mundial de Rádios Comunitárias (Amarc),
reforçou a opinião de que “a comunicação não ocupa lugar estratégico”
no FSM. Defendeu, porém, que os ativistas da área tenham uma postura
política mais intensa para convencer os movimentos sociais e
organizações da sociedade civil envolvidas no processo Fórum da
importância do tema.

“Temos de dizer claramente: informação gera opinião, reforça sistemas,
constrói o mundo, por isso a luta para uma comunicação que reforce os
movimentos sociais e Não apenas ‘dar’ informação as pessoas”, afirmou.

One thought on “Comunicação alternativa segue sendo desafio para o Fórum

  1. Comunicação alternativa segue sendo desafio para o Fórum
    realmente este é um problema que vivenciamos desde o primeiro fórum, quando ainda era compreensível devido a falta de unidade destes meios. hoje isto já não é realidade. para informação de todos os leitores a rádio fm e am paraná educativa e a tv paraná educativa vem realizando programas diários, na rádio das 12:00h as 13:00h e na tv das 20:00h as 21:00, UM OBSERVATÓRIO DO FÓRUM SOCIAL MUNDIAL, repercutindo as notícias vindas de naiorbi e discutindo com pessoas do estado do paraná os assuntos debatidos no fórum. é uma iniciativa importante. as rádios e tv são públicas e seus programas são baseados em informações vindas das mídias independentes, até porque da mídia ofical vem pouca coisa. estes programas podem ser assistidos também via internet pelo endereço http://www.pr.gov.br/rtve. espero que esta notícia possa ajudar nos debates de um maior apoio as mídias independentes. a tv aqui do estado é transmitida via parabólica oportunizando a participação de vários espectadores do brasil. fato que é constatado pelo grande número de intervenções feitas por emai oupor telefone de outros estados brasileiros. abraços

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