Ciranda discute estratégias de comunicação em Nairobi

Deepa Menon, a Índia e Ghulam Muhammad do Paquistão, na foto de Frinéia Rezende

Um grupo de música e dança tradicional queniano trouxe a energia necessária para se debater “Estratégias de comunicação compartilhado no processo FSM 2007/08”. A conferência, que foi realizada pela Ciranda Brasil, uma das primeiras redes de comunicação alternativa do FSM, aconteceu na manhã de quarta-feira, 24, no Gate 14-In Lower em simultâneio com outras duas, o que revela bem a desorganização reinante neste Forum Social de Nairobi 2007.

Foram muitas as sugestões apresentadas pelos participantes do painel, mas também não faltaram preocupações perante a proposta do Ciranda Brasil, que quer reforçar e diversificar a sua rede de comunicação e estar presente em outros paises. “Ciranda é uma proposta que se modifica em cada forum. Ela existe desde o primeiro FSM realizado em 2001. Aqui no Quénia estamos com a Ciranda Africa, uma iniciativa que surgiu dentro da pròpria Ciranda. O nosso objectivo é agrupar as pessoas que fazem a comunicação alternativa e desenvolver uma nova forma de apresentar a sua produção”, afirma Rita Freire, do Ciranda Brasil.

Esta lembra que Brasil teve o privilegio de acolher a maior parte dos FSM realizados até então, uma experiências que lhe permitir relacionar com òrgãos de comunicação de diferentes paìses de uma forma confortavel. Com isso, frisa, formou-se uma rede com esses mesmos òrgão provenientes dos diferentes paìses e diversificou-se a informação. “Conseguimos formar uma equipa com 800 pessoas. Surgiram outros projectos compartilhados. Hoje Ciranda relaciona-se com varios outros meios e consegue unificar a informação”, assegura.

Os foruns de India, Venezuela e Caracas foram oportunos para a consolidação do trabalho do Ciranda. Mas outros desafios se colocam agora a esta rede de comunicadores, que espera manter iniciativas compartilhadas nos três continentes : América Latina, Africa e India. O encontro de Nairobi serve, de acordo com Rita Freire, para se mobilizar e preparar para contestar o Forum Mundial Economico de Davos. “A ideia é pensar em conjunto as razões que levam estas pessoas a estarem conectadas, se for esse o seu interesse, é claro”, frisa.

As propostas e desafios apresentados por Rita Freire foram aplaudidos pela plateia. Mas houve quem apresentasse preocupações. É o caso de um jornalista do Paquistão que, apesar de destacar a importância do projecto, chamou a atenção para o facto de existir uma ditadura no seu paìs que controla a comunicação social. “È verdade que existe liberdade para publicarem os artigos. No entanto, quando eles são assinados as pessoas são presas. Em 2006 cinco jornalistas foram mortos no Pakistão”, exemplifica Ghulam Muhammad.

Esta é uma realidade que leva Deepa Menon, India, a sugerir uma forma de pensar uma rede de comunicação global, que possa ao mesmo tempo responder a determinadas especificidades. Ou seja, seria uma rede ligada ao forum que apresentasse uma intenção global e, em simultâneo, uma Carta de Principio direccionada para as realidades locais. “Talvz seja necessàrio começar a redefinir os principios globais e as especificidades locais”, concluiu.

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