Chomsky e a não-palestra

É. Mais uma entre tantas. A grandiosidade do evento infelizmente não foi acompanhada pela organização do Fórum Social Mundial em termos de estrutura. Dessa vez, o furo ficou por conta da palestra que seria proferida por Eduardo Galeano e Noam Chomsky, em sua atuação não como linguísta, mas como defensor da paz em favor de mudanças sociais.

A palestra Não-violência Como Ferramenta da Revolução Social, organizada pelo Instituto Não-Violência, estava marcada para o dia 30 de janeiro, às 15h30min, no Tribunal do Júri da Universidade Federal do Pará (UFPA). Quando da chegada da reportagem da Agência Jovem de Notícias, por volta das 14h30min, encontrava-se uma extensa fila com cerca de 300 pessoas do lado de fora do auditório.

Os presentes logo perceberam que a expectativa do público havia sido superada e que o local não era mais o adequado para a acomodação de todos. Após longos minutos de espera e prestes ao horário marcado, teve início uma mobilização do público à transferência da palestra para um local em que todos pudessem ser acomodados. Acresça-se a isso a informação repassada por um dos presentes de que os participantes que estavam na palestra anterior realizada no mesmo local, ao saber do evento que lá ocorreria, se recusaram a abandonar o recinto, diante da oportunidade única de ouvir dois nomes dos mais representativos do movimento social e de relevância internacional.

A mobilização obteve sucesso e o novo local seria (é, é isso mesmo: seria) o Palco 2, um local a céu aberto. Todos se dirigiram para lá. Após vários minutos de espera, nenhuma movimentação havia ocorrido por parte da organização e, naturalmente, muitos presentes se incomodaram com o fato (ou a falta dele, como queiram).

Mais algum tempo e uma nova notícia: a assessoria de imprensa de Eduardo Galeano informara que ele não se faria presente e com a assessoria de Noam Chomsky ninguém conseguiu entrar em contato. Como a hora marcada já se esvaia, suas ausências se confirmavam.

Ah, claro, mas uma presença, habitual entre nós, paraenses, não fez feio e até avisou que estava chegando. A nossa tradicional chuva de todos os dias reinou soberana pondo fim às esperanças, já minguadas, de quem ainda esperava por Chomsky e Galeano.

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