Armas que continuam a matar

Nem sempre as guerras acabam com a assinatura dos tratados de paz. Muitas vezes, deixam para trás armas, munições e explosivos que seguem por décadas matando as populações civis. Esse é o mote das exposições fotográficas que o Comitê Internacional da Cruz Vermelha trouxe para o Fórum Social Mundial de Belém e que estão abertas até o fim do evento no Prédio Central da UFRA, no andar térreo a esquerda da entrada principal.

A exposição “Armas que continuam a matar” alerta sobre o perigo da contaminação de minas terrestres, munições cluster (como as usadas por Israel no Líbano em 2006) e resíduos explosivos de guerra em muitos países no mundo. Uma mina terrestre fica ativa no solo por mais de 50 anos e as munições cluster (que o Brasil produz e vende para o Oriente médio) são como minas atiradas do céu um grandes áreas. Por isso, essas armas mutilam e continuam matando muito tempo depois do fim dos conflitos.

Já em “América minada”, os fotógrafos e jornalistas Vinicius Souza e Maria Eugênia Sá, em cooperação com o CICV, apresentam uma terrível questão ainda pouco conhecida na região: o drama das vítimas das minas terrestres antipessoal na América do Sul. A Colômbia é hoje, segundo o Relatório Mundial de Minas, o país com mais vítimas dessas armas no mundo. Além disso, existem áreas minadas também na Argentina, Bolívia, Chile, Equador, Peru e Venezuela.

A terceira exposição, intitulada “Um emblema para a ação humanitária do CICV” ilustra o trabalho da instituição na Colômbia, onde são atendidas, a cada ano, milhares de pessoas afetadas pelo conflito armado. As imagens destacam a importância do respeito ao emblema da Cruz Vermelha, que permite ao CICV proteger e assistir, a nível mundial, as pessoas afetadas por conflitos armadas ou outras situações de violência.

Por fim, a Cruz Vermelha do Pará apresenta 10 imagens de seu trabalho nesse estado brasileiro. Em “CVB-PA em ação”, cinco fotógrafos profissionais que trabalham também como voluntários da instituição revelam sua visão sobre uma das maiores manifestações populares do Brasil, a procissão do Círio de Nazaré. A CVB no Pará presta socorro rápido às pessoas que passam mal no meio da multidão.

Ligando as exposições está a tentativa da Cruz Vermelha em ajudar as pessoas em situações limite. São imagens fortes de um mundo que em guerra que precisa acabar para um novo poder surgir. Mas enquanto isso não acontece, alguém precisa dar um mínimo de assistência a essas populações…

(Por Vinicius Souza)

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