[en]Onward to Belém[es]Camino a Belém[pt]A caminho de Belém

[en]
Today social movements are confronted by a new phase in the capitalist neoliberal system’s offensive. This period is characterised above all by a state of permanent global war. For most of the human race this war means recolonisation. Using the ‘war on terror’ as a cover, this war aims at controlling natural resources by pillaging peoples the world over. American projects in the ‘Greater Middle East’ and South America are the most visible signs of this. Nevertheless, they cannot cover up the ‘forgotten wars’ in Africa and Asia. The governments of the state of Israel expansion is also part of this desire to subjugate the whole planet.

Mobilising social movements against this state of permanent war means defining new cross-border ways of ensuring solidarity with those peoples that are mounting resistance. However, the violence the system uses does not just manifest itself in open warfare against ‘peoples who resist neoliberal thinking’. Other weapons used to break down resistance are the repression of social movements and the restriction of basic rights. Military occupation and the establishment of foreign bases are an open attack on peoples’ sovereignty and their desire to cast off the shackles of imperial domination.

Other forms of violence, such as the forced displacement of people and expropriation of land, are the result of a desire to commodify land, water and other natural resources. This state of war affects society as a whole and violence becomes the natural means of oppression. Women are amongst the first victims. The planet itself is suffering the consequences of the system’s headlong rush. The concept of maximum profit at maximum speed leads to climate change and pollution and endangers the natural equilibrium.

Such violence affects all aspects of social life. People who reject the privatisation of natural resources, which only benefits multinationals, are likened to terrorists. By questioning the sovereignty of the people, the use and division of their natural resources and products, the very foundations of democracy are being undermined. Dictatorships and corruption thrive in this environment. Basic rights are denied to the victims, the producing classes, small holders, etc. The poorest people are in an even more precarious position both in the global North and the global South. Billions of people are deprived of basic public goods such as education, health and the right to housing.

Farmer and fishermen organisations, as well as the population as a whole, demand food sovereignty in order to satisfy their needs independently of the world market.

People who fall victim to these policies and the conflicts linked to them are often forced to flee their country. In the era of free movement of capital a fundamental task of the social movements we belong to is defending migrants’ rights, the rights of those fleeing neoliberalism and oppression, and the rights of women fleeing from forced marriages or sexual mutilation, as well as defending sexual diversity.

The patriarchal system is reinforced by the dominant economic set-up. Trafficking of women and children and prostitution are further proof of the commoditisation of all aspects of life. The situation of women at work is exacerbated further, especially in free trade areas where they account for a large part of the labour force and enjoy few rights.

Our direct enemies are clearly identified. The G8, devoted to the interests of transnationals, but also the World Bank and the IMF, who impose their policies and are the motors behind this recolonisation. The debt imposed by these institutions not only allows the privatisation of the world’s wealth but also the transfer of wealth produced in the South to the dominant classes, based for the most part in the North.

The WTO and bilateral agreements further aggravate the situation. In areas such as agriculture, labour, environment, intellectual property, migration or the liberalisation of services, restrictions are imposed on people throughout the world. States themselves encourage these policies or even apply them.

The challenge for social movements is to ensure joint global mobilisation against these enemies both in developing countries and in developed countries, where people also suffer the effects of these policies.

We should also note the difficulties the capitalist system faces in its attempts to reach its objectives. It has faced significant setbacks at the hands of popular resistance. Our greatest victory, however, is burying the false idea that there is no possible alternative. The idea that there is only one train of thought has been called into question and the legitimacy of the dominant system is being challenged on a massive scale.

In the continuity of the world Social Forum process, and the ongoing work of building alliances between our social movements, of which the Brussels’ meeting in October 2006 is an important step, the social movements, here present in Belem, call to participate actively to the global days of action, which will culminate on 26th of January 2008.

Belem, 30th of October 2007.
[pt]Os movimentos sociais se encontram hoje perante uma nova etapa da ofensiva do sistema capitalista em sua fase neoliberal. Este período se caracteriza, acima de tudo, pela instauração de um estado de guerra global permanente. Para a maior parte da humanidade, tal guerra significa recolonização.

As mobilizações dos movimentos sociais contra este estado de guerra permanente consistem também na criação de novas formas de solidariedade internacional com os povos em resistência. No entanto, a violência do sistema não se manifesta somente como guerra aberta contra os “povos resistentes” ao credo neoliberal. A repressão aos movimentos sociais e a restrição aos direitos fundamentais são outras das armas utilizadas para debelar estas resistências. Sob o pretexto de “lutar contra o terrorismo” este estado de guerra tem como finalidade o controle dos recursos naturais, saqueando povos de todo o planeta. Os projetos norte-americanos do Grande Oriente Médio e na América do Sul constituem seus aspectos mais visíveis, sem detrimento, no entanto, das guerras “esquecidas” nos continentes africano e asiático. A expansão dos governos do estado de Israel se inclui em tal desejo de subjugação de todo o globo. As ocupações militares e a criação de bases estrangeiras representam um atentado explícito contra a soberania dos povos e seu desejo de liberação das amarras do domínio imperial.

Outras formas de violência, como os deslocamentos forçados e as desapropriações, são resultado do desejo de mercantilizar a terra, a água e outros recursos naturais. Este estado de guerra se estende a toda a sociedade e a violência se torna o meio natural de opressão. E as mulheres são suas primeiras vítimas. O próprio planeta sofre as conseqüências desta corrida desenfreada. Essa busca desenfreada pelo lucro máximo leva à poluição, às alterações climáticas, e coloca em perigo o equilíbrio natural.

A violência afeta todos os aspectos da vida social. Alcunha-se de terrorismo a recusa em privatizar os recursos naturais a favor das transnacionais. Enfraquecem-se os alicerces da própria democracia colocando em questão a soberania dos povos e seu uso dos recursos naturais ou produzidos. As ditaduras e a corrupção proliferam neste ambiente. Os direitos mais básicos são negados às classes produtivas aos camponeses e aos trabalhadores formais e informais, todos eles vítimas desta situação. Os mais pobres se encontram em posição ainda mais precária, tanto no Norte como no Sul. Milhares de pessoas são privadas de bens básicos comuns, como educação, sanidade, moradia

Exigir a soberania alimentar é uma resposta das organizações de camponeses, pescadores e de todos aqueles que tentam satisfazer suas necessidades e forma independente do capital mundial.

Vítimas destas políticas e destes conflitos com freqüência se vêem forçados a abandonar seus países. Nesta era de livre circulação de capitais, os movimentos sociais devem ter como objetivo principal a defesa dos direitos dos imigrantes, dos refugiados do neoliberalismo e da opressão, da diversidade sexual e das mulheres que buscam escapar de casamentos impostos ou das mutilações sexuais.

O patriarcado se vê reforçado pelo sistema econômico dominante. O tráfico de mulheres e crianças e a prostituição são mais uma prova da mercantilização de todos os aspectos da vida. A situação das mulheres trabalhadoras também está se agravando, principalmente nas zonas francas, onde elas constituem a maior parte da mão de obra e desfrutam de poucos direitos.

Podemos identificar sem dificuldades nossos inimigos diretos. O G8, a serviço das transnacionais, e também o Banco Mundial e o FMI, que impõem suas políticas e representam os vetores da recolonização. A dívida imposta por estas instituições não somente permite a privatização das riquezas em todo o mundo como também induz à transferência de riquezas produzidas no Sul às classes dominantes presentes sobretudo no Norte.

A OMC e os acordos bilaterais agravam ainda mais a situação. Restrições são impostas a povos de todo o mundo, nos campos da agricultura, trabalho, meio ambiente, propriedade intelectual, migrações ou liberalização dos serviços. As próprias nações impulsionam ou aplicam estas políticas.

Para os movimentos sociais, o importante é conseguir uma convergência das mobilizações globais contra estes inimigos, tanto nos países em desenvolvimento como nos países desenvolvidos cujos habitantes sofrem o efeito de tais políticas.

Não devemos nos esquecer das dificuldades com que o sistema capitalista se depara na sua tentativa de alcançar seus objetivos. Seu projeto tem sofrido inúmeros fracassos pelas mãos das resistências populares Nossa maior vitória, no entanto, é ter destruído o falso conceito de que não existe alternativa possível. A idéia de que existe somente uma única linha de pensamento está sendo colocada em questão e a legitimidade do sistema dominante tem sido desafiada em escala massiva.

Dando continuidade ao processo do Fórum Social Mundial e ao trabalho de construção de alianças nos nossos movimentos sociais, do qual o encontro de Bruxelas em outubro de 2006 constitui uma etapa importante, os movimentos sociais aqui presentes em Belém convocam a uma participação ativa nos dias de ação global que culminarão no dia 26 de janeiro de 2008.

Belém, 28 de outubro de 2007. [es]
Los movimientos sociales se enfrentan hoy a una nueva etapa de la ofensiva del sistema capitalista en su fase neoliberal. Este periodo se caracteriza sobre todo por la instauración de un estado de guerra global permanente. Dicha guerra cobra la forma, para la mayor parte de la humanidad, de una guerra de recolonización. Bajo pretexto de “luchar contra el terrorismo”, este estado de guerra tiene como fin el control de los recursos naturales, saqueando a los pueblos del todo el planeta. Los proyectos norteamericanos del Gran Oriente Medio y en Sudamérica constituyen sus aspectos más visibles. Sin detrimento de las guerras “olvidadas” en los continentes africano y asiático. La expansión de los gobiernos del estado de Israel se incluye en dicha voluntad de controlar todo el globo.

Las movilizaciones de los movimientos sociales contra este estado de guerra permanente consisten también en crear nuevas formas de solidaridad internacional con los pueblos que están resistiendo. Sin embargo, la violencia del sistema también se plasma de otras maneras, además de como guerra abierta contra los “pueblos resistentes” al credo neoliberal. La represión sobre los movimientos sociales y la restricción de los derechos fundamentales son otras de las armas empleadas para desbaratar esta resistencia. Las ocupaciones militares y la creación de bases extranjeras constituyen un atentado explícito contra la soberanía de los pueblos y su deseo de emanciparse de la dominación imperial.

Los desplazamientos forzados, las expropiaciones -otras formas de violencia- son consecuencia del deseo de hacer negocio con la tierra, el agua, y demás recursos naturales. Este estado de guerra es extensible a toda la sociedad, ya que la violencia se convierte en opresión. Y las mujeres son sus primeras víctimas. El planeta mismo padece los estragos de esta huída hacia delante del sistema. La búsqueda desenfrenada del máximo beneficio, que origina la contaminación, el cambio climático, etc., pone en peligro el equilibrio natural.

La violencia cala en todos los ámbitos de la vida social. Se tilda de terrorismo a la negativa de privatizar los recursos naturales en pro de las compañías transnacionales. Se minan los cimientos mismos de la democracia, cuestionando la soberanía de los pueblos y su uso de los recursos naturales o producidos. Las dictaduras y la corrupción proliferan en este caldo de cultivo. Se niegan los derechos más básicos a las clases productivas, a los campesinos y a los trabajadores formales o informales, todos ellos víctimas de la situación. Los más pobres ven empeorar su situación, tanto en el Norte como en el Sur. Se priva a miles de millones de personas de bienes básicos comunes, como la educación, la sanidad, la vivienda.

Exigir la soberanía alimentaria es una respuesta de las organizaciones de campesinos, pescadores, y de todos aquellos que buscan satisfacer sus necesidades sin acudir al mercado mundial.

Quienes sufren estas políticas y estos conflictos, a menudo se ven forzados a abandonar su país. En esta era de libre circulación de capitales, los movimientos sociales debemos tener como finalidad principal la defensa de los derechos de los migrantes, de los refugiados del neoliberalismo y de la opresión, de la diversidad sexual, y de las mujeres que huyen de matrimonios impuestos o de la mutilación sexual.

El patriarcado se ve reforzado por el sistema económico dominante. El tráfico de mujeres y niños y la prostitución son una prueba más de la mercantilización de todos los aspectos de la vida. La situación de las mujeres trabajadoras también se está agravando, en especial en las zonas francas, donde son ellas la mayoría de la mano de obra sin derechos.

A nuestros enemigos directos los hemos identificado sin problema. El G8, al servicio de los transnacionales, sin olvidar el Banco Mundial y el FMI, que imponen sus políticas y son los vectores de la recolonización. La deuda impuesta por estas instituciones no sólo permite la privatización de las riquezas por todo el mundo, sino que también induce al trasvase de riquezas producidas en el Sur a las clases dominantes, presentes sobre todo en el Norte.

La OMC y los acuerdos bilaterales agravan aún más la situación. Tanto para la agricultura como para el trabajo, el medio ambiente, la propiedad intelectual, las migraciones, o la liberalización de los servicios se impone un único marco a todos los pueblos. Los propios estados impulsan estas políticas, o las aplican.

Para los movimientos sociales, lo importante es lograr una convergencia de las movilizaciones globales contra estos enemigos, tanto en los países en vías de desarrollo, como en los países desarrollados cuyos habitantes sufren los efectos de dichas políticas.

No debemos olvidarnos de las dificultades que el sistema capitalista enfrenta para alcanzar sus objetivos. Su proyecto ha fracasado innumeras veces por las manos de la resistencia popular Nuestra mayor victoria, sin embargo, es haber desbaratado el falso concepto de que no existe alternativa posible. La idea de que solo existe una única línea de pensamiento se cuestiona, y se desafía en escala masiva la legitimidad del sistema.

En continuidad con el proceso del Foro Social Mundial, y con el trabajo de construcción de alianzas entre nuestros movimientos sociales, dentro del cual el encuentro de Bruselas en octubre 2006 constituye una etapa importante, los movimientos sociales, aqui presentes en Belém, llaman a participar activamente en los dias de acción global que culminarán el 26 de enero de 2008

Belém, 28 de octubre de 2007.

Deixe uma resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *