Mais uma vez, a manipulação e degradação televisivas se agravam. Na contramão da história e dos países comprometidos com a educação de seus cidadãos, a empresa Globo comemora a compra dos direitos do programa BBB da produtora holandesa Endemol, que manifestou sua surpresa diante do fato deste programa continuar ocupando o horário nobre no Brasil, enquanto foi praticamente banidos da grade dos demais países.
Queremos refletir sobre a responsabilidade social desta emissora, dos anunciantes do programa, e do desvio claro dos objetivos primordiais desta concessão pública, que é a Globo.
Segundo o site UOL, o faturamento comercial da última edição do BBB foi de aproximadamente 500 milhões de reais. Chamamos as empresas anunciantes a refletirem sobre os valores que associam assim à sua marca, e se é isso mesmo que querem.
Por outro lado, perguntamo-nos quando é que os concessionários deste serviço público, q é a radio e TV, vão oferecer uma contrapartida de qualidade à sociedade, em termos de educação, informação, cultura e entretenimento de qualidade, ao invés da atual promoção do que eles mesmos chamam de lixo cultural.
Neste episódio do presumido estupro que aconteceu no BBB, também a Globo também feriu o respeito aos direitos humanos das mulheres, ao não intervir para impedir a violência que a participante sofreu, erro que potencializou, espetacularizando essa violência, em busca de mais audiência.
Isso só se resolve com uma nova lei de meios – para q fatos como estes não tornem a ocorrer, e para que haja regras consensuadas de conduta que norteiem a comunicação, de modo a que ela sirva à sua função principal, que é a de formar, informar, de oferecer cultura e bom entretenimento.
Campanha pela Ética na TV – SP
Quem financia a baixaria, é contra a cidadania