Na cidade que literalmente para quando chove, não foi diferente. Sol quente durante o dia e temporal no final da tarde. Trânsito parado em todos os pontos e futebol em frente à prefeitura que estava cercada por guardas municipais e cordão de isolamento.
Neste aniversário de 114 anos da capital mineira, 14h da tarde, modesto e quente sol no principal espaço da cidade, a Praça Sete. De uma forma bem humorada um grupo não comemorava, mas concentrava para a marcha que pede a saída do prefeito. Vários segmentos dos movimentos sociais, moradores de rua, artistas, estudantes, sem casa e diversos indignados com os as ações promovidas por uma administração que faz de tudo para tornar a capital limpa, clean, soft, frapê, uma BeLori Hills, que desta vês tem da Copa da Fifa. Uma administração que esquizofrenicamente destrói o que tem de mais belo, que é a sua cultura. Tentam acabar com o Duelo de MC’s que é a mais bela demonstração de ocupação de espaço público, reprimem os artesãos de expor nas praças, extinguem centenas de empregos, como dos trabalhadores do minerão. Minam atividades tradicionais, que colocaram a cidade no circuito internacional de festivais como o FIT Festival Internacional de Teatro e o FAN, Festival de Arte Negra.
Com cartazes e camisetas laranja e microfone aberto, todos puderam mostrar sua indignação com o Prefeito de Belo Horizonte, Sr. Márcio Lacerda. Na segunda marcha, de uma série de atividades, seguiram para a sede do governo e encontraram no seu caminho um grande buraco, a poucos metros do destino, carinhosamente de apelidado de buraco do Lacerda. A chuva se encarregou de lavar, com muita água, a prefeitura, cercada por guardas municipais e por um nada discreto cordão de isolamento. As renas e as luzinhas do natal ficaram em segundo plano, depois que foi despejado um monte de sacos de entulhos, em alusão as casas que foram derrubadas no Conjunto Zilah Spósito, em uma ação abusiva da PM e PBH, apenas casas vazias seriam derrubadas, moradores foram colocados para fora a base de spray de pimenta, em descumprimento do termo justamento de postura da PBH que iria derrubar apenas as casas que estivessem vazias.
O trânsito que fica caótico em horários de pico, com chuva fica intransitável e neste dia, com uma faixa da Av. Afonso Pena tomada, teve um engarrafamento gigantesco. O ponto forte foi quando a chuva caiu, com muita força e não arrastou os manifestantes, que fizeram a Copelada, uma grande pelada, que de um lado com camisas laranja, o time do fora Lacerda, e do outro lado de camisetas azuis e outras cores, que representava os atingidos pela Copa, jogavam na chuva e nas poças que em poucos minutos já impedia a pelota de rolar livremente.
Depois de muita chuva, transito parado e pelada uma comissão foi autorizada a entrar na prefeitura para entregar a pauta de reivindicações, que figuram entre um Metrô público, estatal e de qualidade, contra as PPP’ s para saúde, educação, contra os despejos das comunidades Dandara, Zilah Spósito, respeito a diversidade cultural, a juventude e muitas outras. Este prefeito que aparece em vídeos na rede, meio “Zen”, tocando tambor, dizendo um monte, deveria ouvir estes setores, que não parecem estar brincando. Uma grande demonstração, bonita e bem humorada contra um governo que não se entende e que é muito bom em marketing, mas não consegue esconder tudo. O PIG Partido da Imprensa Golpista vai continuar pianinho, mas há de se ouvir nem que seja de longe, os tambores e um grito: Fora Lacerda, seu governo é uma M….
Fotos: Pedro Rennó exceto a Copelada, de Nelson Pombo Jr
Vídeo do Duelo de MC´s: Ana Estrela