Em Keleti, fluxo normalizado (dentro do que se pode chamar de normal). Os refugiados chegam em grupos, permanecem um dia e partem logo em seguida. Atualmente há mais voluntários que imigrantes, na verdade. Instalaram até um palco com música ao vivo no domingo. Há um vagão especial para eles no trem e a cia. de transportes só os deixa embarcar até o limite desse vagão. Mesmo assim, o fluxo é contínuo.
Apesar disso, é preciso lembrar que o problema não terminou, só mudou de lugar. Tenho estado em contato, via facebook, com um sírio que entrevistei na semana passada. Ele me disse hoje que está em um campo em Brandenburg, Alemanha, esperando seu registro, que será daqui a duas semanas. Diz que o campo não é nada bom e que dorme no chão de uma tenda, tem dores nas costas e sente muito frio pela noite. Pelo menos, a situação dele e dos outros que chegaram ao campo parece resolvida.
O mesmo não se pode dizer dos que ainda não entraram na União Européia. O governo húngaro acabou de fechar – a meia-noite de hoje – definitivamente a fronteira com Sérvia, depois de ter instalado a sua super cerca de arame farpado. Parece que as leis agora são também mais rígidas para quem atravessar ilegalmente. A situação deve ficar bastante tensa na região a partir de agora.
Para finalizar, como prometido, deixo esse breve vídeo com um pouco do que filmei em Keleti. Não esperava editar algo em tão pouco tempo. A idéia inicial era jogar algumas cenas em bruto, mas como a EBC havia me pedido um vídeo, acabei preparando essa pequena edição. O vídeo acaba sendo uma prévia do filme que estou realizando e é um resumo de como foram os dias mais críticos na Estação.