A assessora jurídica da ONG Themis Gênero e Justiça, Fabiane Simioni, participou do debate promovido pelo programa Conversas Cruzadas, defendendo maior empenho na formação dos jovens e capacitação dos profissionais em direitos humanos.
O programa repercutiu a recente pesquisa que constatou que 87% dos alunos da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) assumem algum grau de preconceito.
“Como melhorar a formação? Será que precisamos de mais disciplinas de direitos humanos?”, indaga Fabiane. Para ela, “mais do que isso, a gente precisa discutir formação curricular com dois componentes: oferecer competência técnica e também da competência política”.
A competência técnica em direitos humanos no campo jurídico, segundo ela, não está secundarizada em relação à militância do profissional que, segundo ela, de nada vale se ele perder um prazo processual. Por outro lado, a competência política envolve a compreensão de que, para além da sua propria cidadania, o profissional precisa pensar na cidadania de quem está sendo beneficiado pelos seus serviços. Para isso, ela adverte, não basta um semestre de direitos humanos. Se o Plano Nacional de Educação está regredindo, ela defende o empenho em encontrar mecanismos para tratar da formação dos direitos humanos de forma permanente .
Também participam do debate o pesquisador do Instituto de Psicologia da UFRGS, Ângelo Brandelli, o vice presidente administrativo da Ajuris, Gilberto Schäfer, e o juiz federal Roger Raupp Rios. Os debatedores responderam perguntas dos telescpectadores sobre racismos e preconceitos presentes na sociedade.