Tem início no dia 22, na cidade do Rio de Janeiro, região Sudeste do Brasil, e segue até o dia 26, o 5º Fórum Urbano Mundial (FUM5). O evento, que acontece pela primeira vez na América Latina, tem como tema central “Direito à Cidade: Unindo o Urbano Dividido”. São esperados cerca de 15 mil participantes de todas as partes do mundo para debaterem assuntos como desigualdade nas cidades, moradia adequada e acessível, várias identidades nas cidades e participação cidadã efetiva.
Durante os cinco dias em que terá seguimento, o V Fórum buscará ser um espaço de troca e aquisição de experiências. “As soluções apresentadas, o trabalho em rede, poder trocar experiências e conhecer pessoas que trabalham com o mesmo assunto. É isto que tem valor e que vai crescendo a cada Fórum. A intenção é ser um espaço aberto e possibilitar crescimento e conhecimento para governos, ONGs, profissionais liberais, academia e estudantes”, explica Manuel Manrique Gianoli, do Programa das Nações Unidas para os Assentamentos Humanos – ONU – Habitat.
O tema relacionado ao direito à cidade, segundo Manrique, foi uma demanda do Governo brasileiro pela crescente necessidade de se repensar as cidades como espaços democráticos, que sejam dotados de equipamentos de lazer, de transporte de qualidade, de equipamentos voltados para a terceira idade, entre outros.
Os 15.967 participantes de 161 países inscritos até o momento poderão participar diariamente de mesas redondas, eventos em rede e cursos de capacitação, assim como da Assembleia de Gênero e da Assembleia da Juventude, que acontecerão nos dias 19 e 20. “Durante a Assembleia, os jovens terão a oportunidade de colocarem os problemas pelos quais passam. Da mesma forma, as mulheres falarão sobre assuntos relacionados à mulher e à cidade”, esclarece Manuel Manrique.
Todas as atividades do FUM5 serão realizadas em seis armazéns do Cais do Porto. Ao escolher o local, a intenção da ONU – Habitat foi utilizar uma área central da cidade e, ao final do evento, ceder a estrutura para ser utilizada pela população.
Seis eixos estratégicos serão o pontapé inicial para as discussões no V Fórum. Por meio deles, será possível discutir assuntos como desigualdade nas cidades, moradia adequada e acessível, várias identidades nas cidades, participação cidadã efetiva, acesso a terra urbanizada, enfrentamento às mudanças climáticas, entre outros.
Para Manuel Manrique, a riqueza do Fórum será a discussão de diversos assuntos que afetam diferentes países e cidades. “O Fórum é um espaço aberto para que as pessoas que trabalham na administração das cidades possam conversar com outras pessoas de diversas partes do mundo que enfrentam os mesmos problemas. As experiências de uns podem ajudar outros, por exemplo, a tratarem os resíduos sólidos ou a melhorar o transporte de determinada cidade. A riqueza estará na diversidade”, diz.
Breve histórico
Desde 2001, quando a Assembléia Geral das Nações Unidas decidiu realizar sessões de um Fórum Urbano Mundial para discutir os grandes desafios impostos pela crescente urbanização, são realizados a cada dois anos os FUM. O primeiro grande debate aconteceu no Quênia (2002). Espanha (2004) e Canadá (2006) também sediaram o evento. Em 2008, a China foi palco do IV Fórum Urbano Mundial, que teve como tema “Urbanização Harmoniosa – o desafio de um desenvolvimento territorial equilibrado”.
Os interessados em participar do FUM5 ainda têm até o dia 14 para se inscrever. O cadastramento deve ser feito pela internet e é gratuito. Mais informações sobre o FUM5 em http://www.cidades.gov.br/ministerio-das-cidades/biblioteca/forum-urbano-mundial-5-direito-a-cidade-unindo-o-urbano-dividido/
* Jornalista da Adital