Muita movimentação na orla de Santarém, pessoas chegando, passando e dançando. O clima era de festa, foi bom reencontrar alguns novos amigos… A noite começa com um ritual do ‘banho de cheiro’, típico em nosso estado. As moças da Comunidade de Remanescente de Quilombo do Maíca saúdam os presentes com muito ‘Axé’, foi uma noite de fortes emoções, capoeira, carimbó, samba e muita muita dança, como as Pretinhas de Angola do Arapemã ou ainda a Dança da Umbigada e Maculelê.
No dia em que comemoramos o dia da Consciência Negra ouvir uma mulher cantar a beleza, as lutas e vitórias de nosso povo, me fez acreditar que um Outro mundo é possível. A voz de Cleide Vasconcelos emocionou a todos, que pediram bis duas vezes. Cleide é quilombola de Arapemã, que como diz a musica “sou do lado de lá, do outro lado do amazonas”. Uma liderança feminina que não tem vergonha de ser quilombola, de ser negra, e que tem o seu povo, o nosso povo, a minha gente, como ideal de vida.
Titulação de terras, viver em quilombo, orgulho negro… são temas de suas musicas e sua maior inspiração é o Arapemã.
Ao final da festa, muito carimbó, todos numa grande roda as margens do Rio Tapajós.