Nesta terça-feira, 6 de dezembro será realizada uma audiência pública na Assembleia Legislativa de Minas Gerais que terá como tema a Serra da Calçada, localizada na zona de amortecimento do Parque Estadual da Serra do Rola Moça. Atualmente, o terreno pertence à Vale e está sendo ameaçado por mineradoras e empreendimentos imobiliários.
Movimentos de preservação tem questionado a pressão econômica intensa na região e requerem que a Serra da Calçada seja transformada numa unidade de conservação por sua importância cultural e ambiental. A exploração minerária desta serra afetaria profundamente a qualidade de vida da população da região metropolitana de Belo Horizonte, colaboraria com a destruição de corredores ecológicos que limitaria a vida da fauna com grande incidência de extinção, e também acabaria com a sensível flora endêmica, que só existe no local.
“Entre os mais de 3.800 hectares da área, as vegetações predominantes são campos rupestres e cerrado. O maciço faz parte da Serra do Espinhaço, que é Reserva da Biosfera, título concedido pela Organização das Nações Unidas para Educação, Ciência e Cultura (Unesco). “O patrimônio natural da Serra da Calçada é muito rico. Não podemos fechar os olhos para ele”, alerta Simone Bottrel, coordenadora da Associação para a Recuperação e Conservação Ambiental (Arca AmaSerra), entidade que organiza a expedição.
Grupo de pesquisadores e ativistas querem que a área se transforme em um parque
Pesquisadores e voluntários estão realizando expedições na Serra da Calçada em busca de um possível cemitério indígenaa, a 20 quilômetros de Belo Horizonte, na divisa dos municípios de Nova Lima e Brumadinho, na Região Metropolitana.
O tesouro secular corre o risco de desaparecer devido ao descaso e à atividade mineradora na região. O sítio arqueológico foi descoberto por caminhantes, mas ainda não foi mapeado, informou Simone Bottrel, coordenadora da Associação para a Recuperação e Conservação Ambiental (Arca AmaSerra), entidade que organiza a expedição.
Segundo os relatos, em uma área próxima ao condomínio Retiro das Pedras, em Brumadinho, foram encontrados túmulos recobertos com pedras. Simone explica que as pessoas que passaram pelo local não tinham GPS, o que impossibilitou qualquer marcação da área.
“Não temos muitas informações, e o objetivo da expedição é organizar um farto material em busca de uma maior preservação do espaço”, afirma a voluntária. Comprovada a existência do cemitério, o grupo pretende lutar ainda pela transformação da área em um parque.