Uma das atividades desenvolvidas no primeiro dia (26) da programação
do V Fórum Social Pan-Amazônico, em Santarém, foi a
promoção de oficinas voltadas à conciliação de conflitos. Os
participantes mostraram sua ´porção artista´, em pinturas e produção
de adereços e interpretações, que resultaram em um ambiente animado em
uma das salas de uma escola estadual local, onde houve parte da agenda
do dia.
Segundo o padre José Boing, presidente da Comissão de Justiça e Paz da
Verbita Justiça, Paz e Integridade da Criação na Amazônia, filiada à
entidade internacional ligada aos Direitos Humanos da Organização das
Nações Unidas (ONU), a preocupação é de se formar agentes de justiça e
paz nas próprias comunidades.
´O objetivo é capacitar líderes locais que queiram aperfeiçoar o papel
de mediador. Para isso, serão orientados para entender as leis e como
ajudar a diminuir, desde conflitos ecológicos ao tema da terra`, diz.
Entre as técnicas aprendidas, está a de abordar métodos de
reconciliação em situações de crise, como entre vizinhos. ´Pensamos na
justiça restaurativa e em ajudar também as pessoas a não cometerem
mais crimes ecológicos, por exemplo´, fala.
Uma das estratégias de sensibilização utilizadas é da produção de
bonecos para teatro, com objetos descartados no lixo. ´Cada um produz
o seu, descobre a habilidade de algo para o bem`, explica. A dança e
as artes plásticas também são incorporadas às opções.
Essa iniciativa teve início em Santarém, em 2003, e foi expandida a 10
municípios vizinhos. ´Hoje há 320 agentes comunitários de justiça e
paz nessas comunidades`, relata padre Boing.