Para ele, a grande tarefa, após o período de resistência que marcou a última década, é ir além. “A crise não acabou com o modelo neoliberal e isso não acontecerá sem que haja alternativas, que precisam ser construídas.A resistência eterna é um caminho de derrotas”.
Na sua opinião, para continuar a ter relevância, o Fórum Social
Mundial não deve ter medo da política e precisa lidar com as temáticas estratégicas. “Ao fazer isso, o FSM não vai deixar de ser o que é”, ressaltou.
Segundo Sader, ao longo do tempo questões importantes como a própria crise econômica e as guerras não tiveram o tratamento que mereciam. “Fizemos uma grande mobilização em 2003 contra a invasão do Iraque e depois esquecemos o assunto”, criticou.
Mais otimista, o francês Gustave Messiah comemorou uma grande vitória do FSM: a recusa da evidência neoliberal. “Hoje, exceto pelo que diz a imprensa especializada, a batalha das ideias foi vencida pelo social. Em 2008, a crise financeira confirmou as ideias desenvolvidas pelo Fórum Social Mundial”, afirmou.
Contudo, ele também apontou a necessidade de avançar: “Copenhague demonstrou que é preciso mudar radicalmente o ideário capitalista, não basta derrotar o neoliberalismo.”
Como caminho para cumprir a difícil tarefa, ele propõe a articulação unitária dos movimentos sociais. “Devemos convergir e preservar a diversidade de respostas”, concluiu.
[en]During the seminar held on last Jan. 26th: “Ten Years After: Challenges and Proposals for Another Possible World”, sociologist Emir Sader pointed out: “The Outcome of the World Social Forum must look back and consider how another possible world is going on”.
For Emir Sader, the biggest task, after the period of resistance that marked the last decade, is to move forward. “The crisis did not terminate with the neo-liberal model, which will remain there until new alternatives are built up. The never-ending resistance is a path of defeats”.
In your opinion, to keep up its importance, the World Social Forum shall not fear politics and need to cope with strategic themes. “By doing so, the WSF is not going to be what it is”, he pointed out.
According to Sader, over time important questions such as economical crisis itself and wars did not have the proper attention they deserved. “In 2003, we made a huge against the invasion of Iraq and soon after we forgot the issue” he criticized.
More optimistic, French Gustave Messiah celebrated a great victory of WSF: the denial of the neo-liberal evidence. “No matter what the trade press says, today, the social won the battle of the ideas. In 2008, the economic crisis confirmed the ideas developed by the World Social Forum”, stated he.
However, he also pointed out the need to go forward: “Copenhagen highlighted the need of a radical change of the capitalist ideas, defeating neo-liberalism is not enough.”
He proposes unitary social movement articulations as a path to fulfill this hard task. And concluded saying: “We have to converge and preserve the diversity of answers.”
Translation: Janete Inamini
[es] Para Emir Sader, la gran tarea tras el periodo de resistencia que ha marcado la última década es ir más allá: «La crisis no ha acabado con el modelo neoliberal, y eso no ocurrirá sin que existan alternativas, que hay que construir. La resistencia eterna es un camino de derrotas».
En su opinión, para continuar teniendo relevancia, el Foro Social Mundial no debe temer a la política, y debe lidiar con temáticas estratégicas: «Al hacerlo así, el FSM no va a dejar de ser lo que es», resaltó.
Según Sader, a lo largo del tiempo, cuestiones importantes como la propia crisis económica y las guerras no han recibido el tratamiento que merecían: «En 2003 llevamos a cabo una gran movilización contra la invasión de Iraq, y después olvidamos el asunto», criticó.
Más optimista, el francés Gustave Messiah conmemoró una gran victoria del FSM: la no aceptación de la evidencia neoliberal. «Hoy, excepto por lo que dice la prensa especializada, la batalla de las ideas ha sido vencida por lo social. En 2008, la crisis financiera confirmó las ideas desarrolladas por el Foro Social Mundial», afirmó.
No obstante, apuntó también a la necesidad de avanzar: «Copenhague demostró que es preciso cambiar radicalmente el ideario capitalista, no basta con derrotar al neoliberalismo».
Como camino para cumplir la difícil tarea, propone la articulación unitaria de los movimientos sociales. «Debemos converger y preservar la diversidad de respuestas», concluyó.
Traducción: Pilar Royo