O conselho do Fórum Social Africano (FSA) reuniu-se nos dias 14 e 15
de Novembro de 2009 em Dakar para lançar o processo que visa a
mobilização para o Fórum Social Mundial (FSM) Dakar 2011 que se
realizará em principio em Janeiro daquele ano naquela cidade capital
de Senegal. Desta forma, Senegal, tornar-se-á o terceiro país africano
depois de Bamako e Nairobi a hospedar o FSM.
A proposta do regresso
deste processo para o continente africano foi apresentada no encontro
do comité internacional do FSM depois do último FSM2009 realizado em
Belém no Brasil em Janeiro último e decidido no encontro seguinte
daquele órgão que se realizou em Rabat capital de Marrocos.
Este
encontro foi adiado várias vezes, devido a dificuldades financeiras
porém tinha uma agenda que incluía o início da implementação de
compromissos assumidos nas reuniões daquele órgão em Belém, Rabat e
recentemente e Montreal.
Em Belém, Rabat e Montreal foi decidido que devia-se iniciar a
organizar um fórum de 2011 aberto para os movimentos sociais através
de um processo preparatório que toma em conta as experiências
anteriores, sem descurar da mobilização. E ainda, envolver todos os
componentes do FSM, particularmente os movimentos sul-sul no estágio
preparatório e organizativo que permita produzir alternativas.
O fiasco de Nairobi, esteve presente nas mentes dos participantes e o
facto dos organizadores locais do fórum de Nairobi só terem mandando
apenas uma representante enquanto que os organizadores do fórum de
Bamako não terem enviado ninguém da liderança poderá ser indício da
não implementação, pelo menos naquele encontro das recomendações do
comité internacional.
Para Janeiro de 2011 não falta muito tempo para organizar um processo
de um fórum social tendo em conta que o mais agravante é o facto de se
contar com a ajuda do exterior de África e ainda actual crise
financeira e económica dificulta mais as coisas. E uma consequência
viva dessa situação foram os adiamentos deste importante encontro.
Segundo o programa o encontro iniciou com a apresentação dos
relatórios dos países e das sub-regiões ali representadas. África
Ocidental foi que mais se destacou no que toca a organização de fóruns
regionais bem como o FSA realizado em Niamey no Níger. Porém enquanto
os representantes apresentavam os seus relatórios levantavam outras
questões ligadas a mudanças climáticas, crise financeira, integração
regional e outros assuntos do interesse do desenvolvimento actual.
O comité local apresentou o trabalho que foi feito desde Rabat até
agora, aonde consta a organização de encontros de disseminação as
populações que se encontram em partes remotas de Senegal. Depois foram
apresentados os relatórios das diferentes comissões, e um dos
representantes da comissão de comunicação estava preocupado com a
interacção linguística entre as línguas africanas incluindo o Swahili.
E este constituí um claro exemplo da necessidade de uma
responsabilização continental tendo em conta que muitos dos países
africanos encontram-se cada vez mais dependentes das suas ex-colónias,
seja bilateralmente ou ao nível plurilateral, caso da União Europeia.
Várias questões foram levantadas em jeito de comentários e perguntas,
desde a articulação do comité local com o resto África, a mobilização,
a interelação com acampamento dos jovens, a diáspora, a segurança, o
género e mulher, a migração, a xenofobia, etc. Os representantes do
comité local procuraram responder as questões levantadas mas
ressalvaram que estas deviam merecer atenção aos demais membros do
conselho do FSA.
Samir Amin, sociólogo Egípcio mas residente em Dakar na sua locução
como contributo para a visão e orientação estratégica para o FSM Dakar
2011, disse que nem sempre os movimentos sociais encontram-se a frente
e que se encontram fragmentados para imporem as suas agendas e que o
processo do FSM Dakar 2011 deveria reconstruir a unidade relativo as
classes exploradas, estar aberto para o acesso a aprendizagem. O Demba
Dembele do comité local para a organização do FSM Dakar 2011 resumiu a
intervenção do Samir Amin em três pontos, os movimentos sociais e sua
componentes, a aliança entre os movimentos sociais e por fim a
necessidade de ter que se aprofundar o debate sobre o FSM
Nos dias 16, 17 e 18 de Novembro foram dedicados a discussão da crise
global e dos novos desafios para o movimento do FSM, o trabalho
inicial das comissões, a recepção aos movimentos Senegaleses, o
contacto com os media e a visita aos locais prováveis para receber o
FSM Dakar 2011.
Viriato Tamele