A utilização das bicicletas como meio de transporte pode contribuir para a diminuição das emissões de gases de efeito de estufa e do trânsito nas cidades. A afirmação (que é óbvia) é de Roel Massink, investigador da Universidade de Twente, na Holanda.
No entanto, Gaia dediciu publicar essa notícia porque o investigador decidiu analisar como seria uma cidade sem bicicletas – e quais seriam os meios de transporte alternativos.
O resultado deu origem à sua tese de mestrado denominada “Estimating the Climate Value of Bicycling in Bogotá, Colombia, using a Shadow Pricing Methodology”, que foi apresentada recentemente no 1º Fórum das Américas sobre a Mobilidade nas Cidades, que teve lugar em Florianópolis, no Brasil.
Considerando Bogotá, na Colômbia, como modelo a seguir – uma cidade onde 3,3% da população utiliza a bicicleta como meio de transporte – Massink reuniu dados sobre como se deslocam os seus habitantes.
O objectivo passou também por escolher uma cidade de um país emergente, para perceber que estes terão que repensar a forma como planeiam as suas metrópoles.
A sua conclusão foi clara: apesar de Bogotá ser a única cidade mundial que possui um projecto de transporte público que vai ao encontro do programa de Mecanismo de Desenvolvimento Limpo (MDL) – o TransMilênio -, se as bicicletas fossem retiradas das ruas as classes mais abastadas escolheriam os veículos privados como meio de transporte alternativo para circularem na cidade.
No entanto, Massink verificou ainda que a utilização da bicicleta em Bogotá representa uma redução nas emissões diárias de 150 toneladas de dióxido de carbono ou de 54 mil toneladas anualmente.
Por isso, o investigador sugere que a expansão das ciclovias é também uma forma de combater o aquecimento global. Por outro lado, os planeadores urbanos não devem nunca descurar outro facto importante: é indispensável ligar as bicicletas a transportes públicos: autocarros, metro ou comboio.
Massink espera agora aplicar o seu estudo sobre os impactos positivos da bicicleta no trânsito e no meio ambiente a outras cidades, de forma a desenvolver um modelo extensível a todo o mundo. As bicicletas devem ficar no coração das cidades, conclui Massink. Concorda?
Pode saber mais sobre o estudo de Massink aqui.