Biodiversidade – Abelhas: pequenas, mas estratégicas

Imagem: Ciência Activa

Minúscula, mas estratégica. Quem poderia imaginar, que esse inseto é considerado importante para a Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO)? Pois é, tanto que a instituição coordena o projeto Conservação e Manejo de Polinizadores para Agricultura Sustentável, em andamento, em vários países, inclusive, no Brasil, pois as mudanças climáticas já estão reduzindo o número de espécies no planeta.

A iniciativa é oriunda da Declaração de São Paulo sobre os Polinizadores, que foi aprovada em 2000 pela quinta Conferência das Partes da Convenção da Diversidade Biológica (COP5/CDB), ratificada por 187 países, e ampliada na COP6, em 2002. Essa preocupação mundial é reforçada, desde 1995, quando a COP2/CDB, em 1995, introduziu a polinização e a conservação dos solos como temas de relevância na agenda para a manutenção da diversidade agrícola.

“A polinização é essencial para o ciclo da produção alimentar”, como destaca a professora do Instituto de Biologia da Universidade de São Paulo e do Instituto de Estudos Avançados da Universidade de São Paulo (IB-IEA/USP), Vera Lúcia Imperatriz Fonseca. A pesquisadora é uma das coordenadoras do trabalho “Avaliação do Uso Sustentável e Conservação dos Serviços Ambientais Realizados pelos Polinizadores no Brasil”, em fase de conclusão, em parceria com o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq). O levantamento tem por objetivo, otimizar a produção de alimentos, biocombustíveis e a conservação da biodiversidade, por meio de serviços de polinizadores.

Segundo ela, cerca de 90% das plantas com flores são polinizadas e isso interfere de forma substancial para a qualidade do alimento, que nos chega à mesa. “No mundo, há pelo o menos 20 mil espécies de abelhas, sendo que no Brasil são 3 mil, e pouco se desenvolve de pesquisas a respeito no país”, explica.

A bióloga afirma que no hemisfério Norte, a situação é de alerta, já que há cerca de 35% de perda das abelhas anualmente, o que compromete cultivos. “No caso do Brasil, é importante o estudo, porque cerca de 2/3 das áreas cultivadas ficam em países tropicais e mais de 50% da agricultura, nestas áreas, é dependente da polinização”, fala. Como exemplo, ela cita que a florada do café, que é de apenas três dias, caso seja polinizada, tende a ter a produção ampliada em 14 a 50%.

Fonte: Blog Cidadãos do Mundo – jornalista Sucena Shkrada Resk
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