Em entrevista concedida na manhã desta quarta-feira, 08, o sobrevivente João Batista Galdino relatou como ocorreu o assassinato de José Valmeristo Soares. Segundo o trabalhador rural, por volta de 8h da manhã, se dirigiam a cidade de Santa Luzia do Pará, quando foram abordados por um grupo de três pistoleiros armados no ramal do Pirotó obrigando-os a entrar no carro onde foram espancados e torturados. João Galdino conseguiu escapar para a mata e ouviu sete disparos. Ao chegar em uma comunidade consegui ligar para família. João Galdino também denunciou a polícia de Santa Luzia que se recusou a averiguar os fatos. Somente na manhã seguinte os acampados conseguiram achar o corpo de José Valmeristo.
O carro envolvido era de Marcos Bengston, filho do ex- deputado federal Josué Bengston (PTB), que renunciou ao mandato para fugir da cassação por envolvimento na máfia das ambulâncias. Os três são seguranças da fazenda, segundo João Batista entre a sessão de torturas os pistoleiros diziam que este “era o resultado de quem se metia com gente que tem dinheiro”.
Para a Comissão Pastoral da Terra (CPT), esse é mais uma vergonhosa situação de violência contra os trabalhadores rurais, a mesma situação se repete na tentativa de assassinato como o caso conhecido no sul do Pará dos irmãos Canuto. Caso parecido como de Carlos Canuto que sobreviveu a chacina.
José Valmeristo Soares, o Caribé, tinha apenas 29 anos e deixa uma família com cinco filhos. Os trabalhadores afirmam que continuarão em mobilização por justiça e pela desapropriação da fazenda Cambará.
Setor de Comunicação do MST Pará