Roda morta

Você pode ter votado em Bolsonaro sob o argumento da rejeição à condução da política econômica dos governos do PT. Eu respeito.

Você pode ter votado em Bolsonaro sob o argumento da rejeição a escândalos de corrupção envolvendo empresas públicas como a Petrobras. Eu respeito.

Você pode ter votado em Bolsonaro sob o argumento da rejeição ao modelo de Estado preconizado pela esquerda ou, sabe-se lá, pelo receio de que a bandeira nacional mudasse para a cor vermelha. Eu respeito.

Você pode ter votado em Bolsonaro sob o argumento de que tem um perfil conservador na área dos costumes e rejeita determinadas políticas identitárias adotadas pela esfera ideológica de esquerda. No limite, eu também respeito.

Você pode ter votado em Bolsonaro por inúmeras razões, mas o bom senso jamais pode estar ancorado em distorções.

Se você é um destes que defendem ideias como “intervenção militar” (eufemismo para ditadura), supressão de direitos e liberdades individuais, censura à imprensa e fechamento dos poderes legislativo e judiciário, então saiba, em alto e bom som: eu não te respeito. Sem a menor possibilidade de contemporização.

Ao endossar o retorno do regime de exceção, golpe de Estado ou estupidez que o valha, é você mesmo quem não se dá ao respeito.

Francicarlos Diniz, jornalista

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