O Grito dos Excluídos no Plebiscito

A já tradicional manifestação Grito dos Excluídos chega a sua décima terceira edição. A organização pretende reunir mais de 2 mil pessoas na Esplanada dos Ministérios, na pista paralela à da parada militar. O objetivo é fazer um contraponto às comemorações do dia da Independência (7).

De acordo com a organização, composta por entidades como Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), Central Única dos Trabalhadores (CUT), UNE e UBES, estão previstos atos em mil e quatrocentos municípios.

Preparativos

A partir das 8h do dia 7, haverá concentração dos manifestantes, vindos de outros municípios, na Esplanada dos Ministérios. Haverá discursos, panfletagem, poesia, repentes e hip-hop.

O ato com maior peso deve acontecer, como ocorre todo ano, em Aparecida, na região do Vale do Paraíba, em São Paulo, onde se reuniram 100 mil pessoas no ano passado. Na capital paulista, também está sendo esperada uma grande manifestação na Praça da Sé. Estão previstas ainda grandes atividades na Bahia, Rio de Janeiro e Minas Gerais.

A Vale é nossa
Um das bandeiras dos manifestantes é a campanha contra a privatização da Vale do Rido Doce. O plebiscito sobre a privatização da empresa, que pede a anulação da venda, pretende conseguir a participação de 5 milhões brasileiros.

Serão espalhadas, a partir do dia 1º de setembro, urnas de votação por todo o país em pontos de grande movimentação como universidades, feiras e rodoviárias. A idéia é que no dia 25 de setembro seja entregue o resultado do plebiscito ao presidente Lula.

“Acredito na mobilização popular. Com esse instrumento [plebiscito], já conseguimos assegurar que a Base de Alcântara não fosse entregue aos Estados Unidos, que o Brasil saísse das negociações da Alca [Área de Livre Comércio das Américas] e esperamos conseguir também a nulidade do leilão da Vale”, afirmou o secretário nacional da Pastoral da Juventude do Brasil, Silvano da Silva.

Silvano disse ainda que ”mais importante que o resultado, o plebiscito tem repercussão positiva na colocação do tema para debate público, na participação popular neste debate e no exercício do plebiscito como mecanismo legítimo para ouvir a opinião pública”.

Ele lembrou o resultado positivo dos outros dois plebiscitos já realizados pelos movimentos sociais. ”Em 2002, nós fizemos plebiscito sobre a Alca, um assunto que muita gente nem conhecia e, a partir do resultado, conseguimos evitar o avanço das negociações sobre a Alca (Área de Livre Comércio das Américas)”, disse, atribuindo também ao plebiscito a suspensão das negociações do Brasil com os Estados Unidos para a venda da Base de Alcântara, de lançamento de foguetes, no Maranhão.

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