A notícia comemorada pela esquerda esta semana foi a reaproximação de Lula e Ciro Gomes. Diversos fatores contribuíram para o desastre atual do nosso país, mas o principal foi a fragmentação do campo progressista e a crença de que a força de uma representação que ‘‘nunca antes da história do Brasil’’ existiu, era forte o suficiente para derrotar um estrutura amalgamada com o judiciário, imprensa e setores da economia.
Nesse quesito a Argentina deu uma aula sobre estratégia para derrotar o neoliberalismo de Macri, contudo a reprodução ipisis literis de um receita, não significa o caminho dado para derrotar o absurdo e a bestialidade, aliás até a própria direita encontra-se estupefata com arquitetura de ‘‘quinta série’’, de modo que eles também vão se organizar.
É necessário que em uma república haja a alternância, pois o culto paternalista, como também a imagem de um partido político ou dirigente, em qualquer cenário sócio-político em um momento se esgota e desidrata, por isso, a necessidade de sucessão e novos atores do campo progressista, sobretudo, na delicada realidade geopolítica latinoamericana vigiada pelo imperialismo estadunidense.
O caso boliviano é emblemático, porque a permanência no poder do companheiro Evo Morales por longo período, diga-se de passagem, para a consolidação de um projeto, abriu espaço para articulação de um golpe de estado, que hoje esta comprovado que fora conduzido pela elite golpista boliviana, referendado por um relatório que apontou supostos indícios de fraude eleitoral, mas que continha graves erros que deram suporte a estratagema anti-democrática.
Depois de muito sangue, morte e protestos, o povo boliviano, através do Movimento pelo Socialismo (MAS), elegeu Luis Arce Catacora para presidente do país, ex-ministro da economia do governo de Evo Morales. Mas que isso, as mulheres indígenas ocuparão 20 das 36 cadeiras do senado Boliviano, com destaque para a prefeita de Quinto, Patricia Arce, que fora humilhada e agredida por manifestantes de extrema-direita no golpe de 2019 e agora esta eleita senadora.
Bem… há bons ares na América Latina, as manifestações chilenas e o enterro da constituição de Pinochet, a retomada do poder pelo campo progressista, aguardemos no Brasil se do ‘‘cachimbo na paz’’ nos livraremos dos delinqüentes que habitam as imediações do Paranoá.
imagem: montagem ciranda.net (cachimbo da paz, Lula (Ricardo Stuckert), Ciro Gomes, Governo Argentina – Casa Rosada, Patricia Arce Gusman, Comemoração eleição presidencial Bolivia – Twitter
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