“Quem sobe ao alto lugar que não merece, homem sobe, asno vai, burro parece, que o subir é desgraça muitas vezes”, já sentenciava Boca do Inferno no século XVII em referência ao Senhor Antão de Sousa de Meneses, governador da Bahia.
Na condução política nacional temos um concorrente a altura ou que supera o alvo da sátira de Gregório de Matos.
Aversão à ciência e o ódio ao conhecimento, temperado com uma enorme dose de alergia ao contraditório são as marcas de boa parte das pessoas ocupantes de cargo no executivo federal que se alinham com Bolsonaro.
As aberrações verbais e demais é algo comum e um prato cheio para humoristas e criadores de “memes”. Em certos momentos, nos deixam estarrecidos o nível do vocabulário utilizado. Parece se assentar a naturalização ao jeito tacanho e medíocre de ser, e o despreparo intelectual é condition sine qua non para existência neste mundo neomedieval bolsonarista.
Tia Damares, que se apresentou como mestra em direito constitucional e direito em família nas suas palestras, após ser pega no ‘’baratino’’, recorreu a Bílbia. ‘’Amados, meu mestrado é blíblico’’, que fofo… Na sua religião nós sabemos quem é o pai da mentira, portanto, como diz mainha: vigie irmã!
Preferia a mentira da tia, que sua justificativa para o abuso sexual de meninas paraenses da Ilha do Marajó: a falta de calcinha.
E o estuprador Damares? Sinceramente…
O Ricardo Salles, do ‘‘sorrisinho irônico’’, segundo a deputada Sâmia Bonfim (PSOL-SP), antes de propor se aproveitar da pandemia para passar a ‘’boiada’’ sobre o meio ambiente, mentiu ao informar que se formou na Universidade de Yale.
Para que mentir branco? Sequer vendeu um geladinho na porta da universidade.
Witzel, aquele que celebra a morte, também quis ser doutor ‘‘a pulso’’, entre tantos outros que maquiam sua incompetência em pós-graduações imaginárias e títulos outorgados pelo mestre dos magos.
Porém, há um detalhe… a raça, vejamos lá na frente.
A opção pela desmoralização em áreas chaves como Educação, Direitos Humanos e Cultura, é o projeto claro deste governo eleito. Na primeira pasta, a educação, foi alçado aquele senhor de sotaque espanholado, Ricardo Vélez Rodríguez, que falou de brasileiros canibais no exterior – bem feito pra gente – escrevia de forma peculiar, acumulou trapalhadas e pedidos de desculpas.
Para limpar a sujeira, apresenta-se o Abraham Weintraub, um exemplo típico deste governo: grotesco, ofensivo e avesso a diplomacia, escreve com erros ortográficos e de concordância (como pode gente?), um personagem patético de um quadro de humor, mas infelizmente era realidade.
Depois de cantar de galo e chamar o povo da toga do STF de vagabundos, Weintraub saiu de fininho, fugindo para terra de Trump, a quem eles lambem as botas – falei botas, e tem um ‘‘t’’ e não ‘‘l’’, depois da primeira sílaba, embora para esta galera não haja diferença, até preferem que sejam bolas, por causa do espírito de vira-lata colonizado.
Surge, então o preto, Carlos Alberto Decotelli, eu fiquei até entusiasmado porque como disse Carla Akotirene em sua página do Instagram ‘’[…] sei que toda promoção pessoal negra tem repercussão na autoestima da família, comunidade e DNA ancestral.’’, em uma reflexão que ela fez após esta onda de linchamento público do quase ministro da educação.
O site mundo negro, postou sobre a importância de Decotelli, um economista e oficial da marinha, como representação preta no espaço de poder, ainda que dentro deste governo. Contudo, as falsas informações contidas no currículo acadêmico do ministro que não foi, o transformou no odiado Judas em sábado de aleluia.
A trupe do Bolsonaro é especialista em mentir e falsear títulos que não tem, aliás, é só abrirem a boca e escreverem que se nota o quão raso é o nível educacional.
Mas as falsidades de homens e mulheres brancas passam incólumes, já o escárnio exasperado a Decotelli somente é explicado a partir do racismo, aquele foi servido em um banquete para hienas ávidas por caça.
E o que se caça é a desmoralização do povo preto, para que se justifique seu alijamento dos postos de comando político e do protagonismo nas diversas áreas. Não podemos dar ousadia ao ladrão branco, como diz minha mãe, temperado com que ouvi do historiador e indígena Ailton Krenak, no episódio ‘‘As Guerras da Conquista’’ da série documental Guerras do Brasil.
O branco, historicamente, é um criminoso com licença para roubar, fraudar, matar e estuprar, e seus crimes são esquecidos ou romantizados. Aqui chegaram e mataram os povos tradicionais, estupraram e seqüestraram mulheres pretas e indígenas. São fraudadores também.
O que vocês acham do Tratado de Tordesilhas? Foi o maior ‘‘171’’ com o aval da Igreja Católica.
O ‘‘… branco inventou que o negro quando não suja na entrada, vai sujar na saída…’’, porém, como diz em a ‘‘A Mão da Limpeza’’, o mestre Gilberto Gil , ‘‘que mentira danada, ê’’, porque a verdade é que a sujeira na entrada, no decorrer e na saída, esta com o ‘‘branco sujão’’, ladrão e fraudador, que carrega a cor do sangue dos pretos e das pretas, ao som do deboche, como aquele que o negão da baixa do tubo começa a gritar.
Pega ele aí…
Pra que?
Ninguém pegou Witzel, Salles, Damares e cia… como também não pegou ainda – calma que a PF vai chegar na rachadura – um governo repleto de Antão de Sousa de Meneses, a começar pelo chefe, que deveria ser asno embaixo do que ser homem em cima…
Mas, voltando.
Por que ele?
Deixe o cara ir em paz
Imagem: Mariano
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