Do conhecimento tradicional à fitoterapia

No Sistema Único de Saúde, hoje já são distribuídos 12 medicamentos (dados de junho deste ano). Na lista, estão:
– Alcachofra (Cynara scolymus L.), destinada a tratamento dos sintomas de dispepsia funcional (síndrome do desconforto pós-prandial)…;
– Aroeira (Schinus terebenthifolius Raddi), com efeitos de cicatrização, anti-inflamatórios e anti-séptica tópica, para uso ginecológico;
– Babosa (Aloe vera (L.) Burm. f.) destinado ao tratamento tópico de queimaduras de 1º e 2º graus e como coadjuvante nos casos de Psoríase vulgaris;
– Cáscara-sagrada (Rhamnus purshiana DC.) que é coadjuvante nos casos de obstipação intestinal eventual;
– Espinheira-santa (Maytenus officinalis Mabb.) também para uso coadjuvante no tratamento de gastrite e úlcera gastroduodenal e sintomas dispepsia
– Guaco (Mikania glomerata Spreng.) que apresenta ação expectorante e broncodilatadora;
– Garra-do-diabo (Harpagophytum procumbens) para o tratamento da dor lombar baixa aguda e como coadjuvante nos casos de osteoartrite;
– Hortelã (Mentha x piperita L.) para o tratamento da síndrome do cólon irritável;
– Isoflavona-de-soja (Glycine max (L.) Merr.), coadjuvante no alívio dos sintomas do climatério;
– Plantago (Plantago ovata Forssk.) nos casos de obstipação intestinal habitual. Tratamento da síndrome do cólon irritável;
– Salgueiro (Salix alba L.) para tratamento de dor lombar baixa aguda, com ação antiinflamatória;
– Unha-de-gato (Uncaria tomentosa (Willd. ex Roem. & Schult.), que tem ação coadjuvante nos casos de artrites e osteoartrite.
Fonte: Relação Nacional de Medicamentos Essenciais – no Portal Saúde. Obs: importante frisar que os medicamentos estão industrializados e podem estar desde o formato de comprimido a gel, dependendo da adoção.

Segundo o Governo Federal, a proposta é ampliar o investimento no setor, que envolve a produção de insumos de origem vegetal, preferencialmente com cultivo orgânico de origem da agricultura familiar. A proposta da chamada “Farmácia Viva”, que compreende da coleta à manipulação, teve como princípio, o projeto idealizado pelo professor Dr. Francisco José de Abreu Matos (falecido em 2008), da Universidade Federal do Ceará (UFC), desde 1984.

De acordo com o Portal da Saúde, 340 municípios e cinco estados mantêm ações em “Plantas Medicinais e Fitoterapia” e 72% das mesmas na Atenção Básica, por meio do Programa Saúde da Família (PSF).

As pesquisas estão sendo ampliadas no Brasil. Em Minas Gerais, por exemplo, neste ano começaram a ser pesquisadas as propriedades fitoterapêuticas da alcachofra, alecrim-pimenta, calêndula, erva-baleeira, espinheira-santa, guaco, hortelã-pimenta, hortelã-rasteira e melissa, entre outras, pela Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais (Epamig). Ao todo são 14 espécies. A expectativa é que o trabalho dure três anos com objetivo de atender o SUS.

O Ministério de Desenvolvimento Agrário (MDA) é responsável pela relação com os agricultores, que envolve a capacitação dos mesmos para que obtenham geração de renda na cadeia de produção. A ampliação gradativa da fitoterapia no Brasil também se deve ao fato de o Brasil ser signatário da Convenção sobre Diversidade Biológica (CDB), que tem como um dos princípios assegurar a conservação e o uso sustentável dos recursos naturais; reconhecer a importância dos conhecimentos tradicionais de povos indígenas e de comunidades locais.

Histórico

No histórico, é possível saber que em 1978, a Organização Mundial da Saúde (OMS) reconheceu oficialmente o uso de fitoterápicos….E que no Brasil, a política teve início em 1981, com a portaria nº 212, que define o estudo das plantas medicinais como uma das prioridades de investigação clínica. Já em 82, o Ministério da Saúde lançou o Programa de Pesquisa de Plantas Medicinais da Central de Medicamentos…Em 2006, instituiu a Política Nacional de Plantas Medicinais, e o seu programa, em dezembro de 2008. Também em 2006, foram inseridas as práticas integrativas e complementares no Sistema Único de Saúde (SUS).

O papel do formulário (edição 2011) é o registro de informações sobre a forma correta de preparo e as indicações e restrições de uso de cada espécie. Em resumo, define normas para farmácia de manipulação e farmácias vivas.

O material tem 47 monografias de drogas vegetais para infusos e decoctos, 17 de tinturas, uma de xarope, cinco de geis, cinco de pomadas, uma de sabonete, duas de cremes, quatro de bases farmacêuticas e uma de solução conservante.

Para o consumidor poder confirmar se um fitoterápico está regularizado, pode consultar o banco de dados da Anvisa ( http://www.anvisa.gov.br/faqdinamica/index.asp?Secao=Usuario&usersecoes=36&userassunto=135 ).

Blog Cidadãos do Mundo – jornalista Sucena Shkrada Resk – www.twitter.com/SucenaSResk

Deixe uma resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *