Foto: na Semana Nacional pela Democratização da Comunicação de 2004, ativistas trocam nome de Roberto Marinho pelo de Vladimir Herzog, em placa de avenida.
O que diz Amorim:
A primeira coisa que farei quando sentar naquela cadeira será questionar aquele monopólio.
É o que dizia Leonel Brizola, o único político brasileiro de envergadura que se propôs “questionar” o monopólio da Globo.
No léxico brizolista, “questionar” era a forma gentil – e
Brizola era uma pessoa gentil – de dizer “partir para a jugular”.
Esta eleição de 2006 mostrou que a Globo é incurável. É da natureza da Globo intervir no processo político para engendrar resultados anti-trabalhistas.
Um próximo Governo Lula terá de olhar a Globo olho no olho. Não “questionará o monopólio”, porque não é da natureza do Presidente Lula.
Mas, esta eleição de 2006 mostrou que a mídia brasileira é uma ameaça à democracia. A Globo, à frente.
Os presidentes Chávez e Kirchner poderiam contribuir para o aprendizado do Presidente Lula, nessa matéria:
Como a mídia, escondida atrás do manto da “liberdade de imprensa” e de um Judiciário tíbio, abandonou a clássica separação entre “igreja” e “estado”, opinião e informação, para se tornar, apenas, opinião. Até as colunas sociais tem opinião política (sem falar no Horóscopo, que fui obrigado a parar de ler …).
Já expus aqui o meu ponto de vista: um novo Governo Lula tem que dar o salto tecnológico “para a frente” e investir maciçamente na mídia da internet. (clique aqui para ler “Como governar quando TODA a mídia é contra”).
Porém, não resisto a fazer uma segunda sugestão.
Como se sabe, São Paulo é uma cidade que teve uma avenida cujo nome era uma homenagem aos membros da Junta Militar, que sucedeu o Presidente Costa e Silva. Não digo os nomes dos membros da Junta, mas a junta, em si.
Como se sabe, também, São Paulo é a única grande cidade brasileira que não tem uma Avenida Presidente Vargas.
E o PT, quando recentemente ocupou a prefeitura da cidade, realizou a proeza de renomear uma das principais avenidas da cidade como “Jornalista Roberto Marinho”.
Foi a prefeita Marta Suplicy, que agora conclama a oposição ao “bom mocismo” da conciliação. (clique aqui para ler artigo publicado no jornal Folha de S. Paulo)
Sugiro que, diante do papel que desempenharam nesta eleição os herdeiros e funcionários de Roberto Marinho, que ela, se for eleita de novo, em 2008, renomeie a Avenida e passe a chamá-la de Avenida Presidente Vargas.
Ou que, pelo menos, tire o “jornalista” do nome.
Roberto Marinho não era jornalista. Era empresário.
E o Brasil, como diz o Mino Carta, é o único país em que jornalistas chamam o patrão de colega.
Ameaça à democracia
O texto do Amorim é perfeito. Parabéns
Ameaça à democracia
Este texto é bacana,muito bom…
É assim que se faz a COMUNICAÇÃO DEMOCRATIZADA.
Estou deveras alegre por este texto.