Foto: Agência Brasil
Tradicionalmente realizado na cidade de Aparecida e organizado pela Pastoral da Igreja Católica, em parceria com inúmeros movimentos sociais, o Grito dos Excluídos espalhou-se pelo Brasil.
Com dezenas ou milhares de manifestantes, a organização do Grito hoje avalia de umas 1.500 cidades brasileiras tenham alguma atividade do Grito.
Simultâneo ao desfile de 7 de setembro na Esplanada dos Ministérios, o protesto reuniu cerca de 800 pessoas em protestos contra a política econômica, desigualdade social: “Só se comemora independência com justiça social”, exibia uma faixa dos manifestantes.
O lema dos protestos deste ano foi “Brasil: na força da indignação, sementes de transformação”, que reuniu militantes de movimentos como MST – Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra e MAB – Movimento dos Atingidos por Barragem (MAB), além de estudantes participantes do Movimento do Passe Livre e famílias que optaram pelo protesto ao desfile.
Em São Paulo, a celebração do Grito reuniu alguns milhares de pessoas na missa realizada na Catedral da Sé e, em seguida, na caminhada até o Monumento à Independência, no Ipiranga.
Para Luis Bassegio, coordenador do Grito no Brasil, as edições vêm conseguindo “dar voz às cidadãs e cidadãos que, de alguma forma, estão à margem da sociedade, ou que ainda não são incluídas nas diretrizes de políticas públicas propostas pelos governos”.
“Estamos na 12º edição e, a cada ano, o número de participantes aumenta. Isto significa que, enquanto tivermos excluídos e excluídas, o Grito vai continuar. E isso não importa se estamos ou não num governo considerado de esquerda. A exclusão não tem lado, ela tem pessoas afetadas em sua dignidade. E é por isso que o Grito existe”, afirmou Bassegio em declaração à Adital.
A agência informa que representantes de movimentos sociais e entidades de diversas categorias de 11 países participaram da edição brasileira e preparam o Grito Continental, para 12 de outubro. Já estão envolvidos na organização da iniciativa latino-americana a Costa Rica, Panamá, Nicarágua, Honduras, Bolívia, Argentina, Porto Rico, Colômbia e Cuba.
” A exclusão, apesar do idioma e da diversidade cultural, é o que estes países têm em comum”, diz Luiz Bassegio. Foi assim que, desde 1999, o Grito passou a ser realizado em outros países da América.
A pauta será mais global, com protestos contra os tratados de livre comércio, a guerra e o neoliberalismo, Estão envolvidos na edição do Grito Continental