Adupé Mestre!

A dor da poesia do preto santamarense
Do sentimento sufocado
Que o ‘‘menino-bezerro pisado’’ não podia gritar
É uma dor diferente
Ao que é celebrado pelo passado e presente
Na sua partida para o antigo Daomé.

Sim, é celebração
Reconciliação do seu povo
Em cada etnia, nação
Angola, Ketu, Jeje…
Ele parte as linhas
E quando ligamos juntos
Inspira-nos seguir altivo em pele azeviche
Na pisada do caminho seguro
Para o encontro e reencontro do pensar Ubuntu

Cada descendente preto
Carrega no seu Inkisse, Orixá ou Vodun
A memória além do Atlântico
Regada nas terras do Recôncavo
Quando nasce cada Jorge, seja no Aiyê ou no Orun

Adupé Mestre!

Imagem: Jorge Portugal – Governo da Bahia
. montagem ciranda.net
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