Os valores cívicos e humanísticos da “Ilíada” estão com os perdedores.

A Ilíada de Homero é um poema colossal! A epopeia do homem na guerra, dos gregos consagrados à guerra tanto por suas paixões, quanto pelos deuses.
Acima de tudo, entretanto, neste poema onde reina a morte, Homero fala do amor pela vida e também da honra do homem mais alta que a vida e mais forte que os deuses.
Aquiles é a juventude e a força. Em Homero, o grande herói grego nada possui de sobre-humano ou divino. Aquiles é movido por paixões, devorado pelas amizades, pelo incrível amor-próprio, pela necessidade de glória e ódio.
Já Heitor é a criação da alma de Homero, criação do seu coração, símbolo de sua fé na humanidade. O poeta confere ao inimigo dos gregos, assim como a ele mesmo, a mais alta dignidade humana!
A bravura de Heitor não lhe vem do ímpeto, de sua natureza, de sua animalidade. Ao contrário, a bravura é uma filha da razão.
Heitor odeia a guerra, por isso “teve de aprender a ser bravo”! Sua coragem é uma conquista do espírito, pois ao invés de ignorar o medo, supera-o. Se Aquiles não necessitava refletir para ser bravo, Heitor o é por reflexão e razão.
Aquiles é aquele que deseja incendiar o mundo, um mundo feito de pilhagens e de guerra. Heitor anuncia o mundo novo a surgir, o mundo das cidades, dos pactos, das afeições e respeito familiares e da fraternidade entre os homens.

Carlos Russo Jr.

Convidamos à leitura integral de nosso ensaio em:https://www.proust.com.br/post/os-valores-c%C3%ADvicos-e-human%C3%ADsticos-da-il%C3%ADada-est%C3%A3o-nos-perdedores-da-guerra

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