O tempo parou, lá e cá os limites espaciais mudaram,
o vírus está por aí correndo o mundo, enquanto nos perdemos, líquidos,
escorrendo entre os vazios consumidos nas mesmas 24 horas de sempre.
A gente fica na estática do trabalho contínuo, tentando sobreviver a tudo,
ao muito, ao imprevisível do amor e do luto.
A luta é a vida, mas a mais-valia continua enriquecendo patrões dentro
dos nossos lares e nos matando, pouco a pouco.
Canto, aqui, o meu suor, como um pedido de descanso.
Gratuita queria a brincadeira de ontem, entre sonhos que não dão lucro, prazeres que
nos atravessaram e se esvaíram no ar.
Nada é tão pequeno e bonito quanto sorrir pro abismo e estar de férias do capitalismo.
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