O apagamento epistemológico pretendido pelo branco europeu colonizador contra a população preta visava eliminar a origem, a cultura e a história do outro, o não europeu, seqüestrado do continente africano. A luta inglória, pois nós seguimos e resistimos altivos e belos.
Para além de uma estratégia de desumanização, como um dos dispositivos do racismo, esta violência cultural também é reveladora de um traço, talvez patológico, e até mesmo de um complexo de inferioridade, creio que tratável, dos brancos, porque carregam uma insólita e sombria necessidade ininterrupta de destruição, em todas as dimensões, daquele que etnicamente é diferente deles.
Seqüestraram pessoas, mataram em larga escala, roubaram obras artísticas de civilizações africanas, guardaram em seus museus, e na maior cara de pau, negam-se a devolver.
Cheikh Anta Diop, senegalês, egiptólogo, historiador,lingüista… em seu livro The African Origin of Civilization, se dedica, a partir de um estudo rigoroso, a desconstruir e revelar os contornos reais da civilização egípcia na antiguidade, sobretudo a sua cor, muito distinta da pigmentação da Cleópatra interpretada por Elizabeth Taylor, em 1963.
O Egito preto da antiguidade, e só existe este, legou muito as civilizações do outro lado do mediterrâneo, a exemplo da ‘‘Matemática pitagórica, a teoria dos quatro elementos de Thales de Mileto, materialismo epicureano, idealismo platônico, judaismo, islamismo, e a ciência moderna, estão enraizados na cosmogonia e na ciência egipcias’’, tal como aponta Diop em sua obra.
Arrisco dizer que a experiência do monoteísmo hebraico foi plagiado a partir da experiência egípcia de Akhetanon.
Mas enfim, por que o branco é tão marginal?
O que leva um grupo étnico a promover genocídios, crimes contra a honra – a desumanização, escárnio, humilhação -, inclusive contra seus iguais – holocausto judeu, por exemplo – crimes contra o patrimônio material e imaterial de outros povos, torturas, experiências sádicas e psicopatas, sem o menor sentimento de culpa e arrependimento?
E ainda buscam justificativas para seus atos. Uma coisa meio ‘’Hannibal’’. Como diria mainha, ‘’tá repreendido esse espírito do demônio’’.
Bicho… aí eu paro e vejo que desde lá atrás este povo tem esse mau costume, de pegar o que não é seu. E não se contentam, também querem matar a vítima dos seus atos criminosos.
A bem da verdade, não são todos, mas uma grande maioria, e fazendo coro a Abdias do Nascimento, Fernando Góis e Guerreiro Ramos, se faz necessário estudar a população branca em suas tendências criminosas, pois são frios, diria até psicopatas, insensíveis, e para tal conclusão, basta elencar suas ‘‘santas’’ ações ao longo da história contra seus semelhantes em variados tons de melanina.
Melhore branco, e vá se tratar!
Imagem: Portal Geledes
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