* Esta é uma obra de ficção. Qualquer semelhança com nomes ou pessoas terá sido mera coincidência.
Esta é uma trama macabra. Fábula de horror tropical, tão “real” como os livros de Luiz Eduardo Soares – a Elite da Tropa 1 e 2 – ou os filmes que o hoje, diretor de comédia, José Padilha, (Tropa de Elite 1 e 2) também rodou. José Padilha fez uma telecomédia fantasiosa e patética, a série O Mecanismo 1 e 2, “livremente inspirado” na Republiqueta de Curitiba e na Liga da Não-Justiça. As palavras que seguem estão mais próximas de serem “livremente inspiradas” na triste realidade do estado do Arroio de Fevereiro e da República Deformativa do Bananistão, do que nas obras acima citadas. Tudo de trata de ficção, embora eu afirme perigosamente que a Terra continua Redonda e que o Sol não gira em torno dela, tal e qual a soma da matemática, 1 + 1 = 2. Alguém, de fato, ouviu o murmúrio do físico Galileu Galilei, em 22 de junho de 1633, quando para escapar da Inquisição, renega o óbvio e afirma o fantasioso? Escapa da fogueira e reafirma sua convicção. Esse artigo segue dizendo: Galileu tinha razão.
O eixo central é o nexo político-policial-criminal que ocorre e se desenvolve no Arroio de Fevereiro, polêmica, ensandecida e, ainda, relevante unidade federativa e governo estadual sub-nacional da República do Bananistão. Tal eixo se cruza com a trajetória política de um clã político Fascistoide-Arrivista (FA), que também atende pela alcunha de Familícia. Esta tem como patriarca Coiso Inominável (CI), o ex-taifeiro da Guarda Nacional Bananeira – reformado por sinal, da arma da cordoaria, embora tenha feito curso de balonismo e escapado das missões no interior, arrumando um curso de monitor de pátio de colégio CM na capital do estado – o pilar da carreira dos machinhos alfa. O tal FA fraquejou várias vezes, botando no mundo a mais de uma dúzia de filhos, mas infelizmente a três machistas imbecis, fora outros descendentes. Politiqueiros conhecidos descendentes do ex-taifeiro adentraram na carreira da “representação das bandeiras culturais neoconservadoras”, a mesma do papai.
CI tentou ser síndico, depois deputado subnacional, conseguiu ser deputado nacional de cinco mandatos e, através de um tal de aplicativo de mensagens, com mamadeiras indecentes, acabou sendo eleito vice-presidente na maior crise política do Bananistão do século XXI. Fez um dos filhos, o Chocolate do Tremelique (CT), também conhecido como “Gelatina” (porque costuma ter síncopes em discussões políticas, mesmo em mesa de bar ou sorveteria), um deputado regional de seguidos mandatos na famigerada ALEAF, a mal afamada Assembleia Legislativa do Estado do Arroio de Fevereiro. Depois, a esteira da desgraça familiar continua com o muito mal resolvido “Ducha Brilhante” (DB). Mal resolvido porque parece que o eterno rapaz tem uns hábitos que não costuma reivindicar, mas Freud explica. Parece que o sujeito é craque em redes sociais e vem montando discursos mais ou menos plausíveis para quem tem baixo padrão cognitivo e já está propenso a crer que a Terra seria plana ou que um tal Astrólogo Enganador (AE) seria “filósofo”. Outro descendente na carreira da polititica é o Xisburguer de Mariola (XM), que atende pela alcunha de “Goiabadinha”, talvez pela sua pose de goiabada de lata, dessas fabricadas (ele não é goiabada cascão), saiu deputado nacional por outro estado, eleito e reeleito. Na carona do papai, o CT virou representante majoritário, ainda operando como puxador de votos para um inquisidor com pose de fascistoide, o igualmente nefasto “Água Podre” (AP). Então aliados, hoje desafetos, sendo que o “Gelatina” ficou amigo do alcaide Fariseu do Milhão (FM), na capital do Arroio.
A trama em particular desenvolve, se enrola e não desenrola, através da larga atuação de alguns deputados regionais, outros são conselheiros municipais, e no meio disso temos a ascensão meteórica do CT como deputado sub-nacional. Ali, em seu gabinete – como em outros, parece que doze segundo as apurações judicializadas – estavam alocados personagens e parentes de um mundo sinistro.
Da Parcela Apodrecida para as “parapolícias”: Podridão, Playboy e Intervenção Geral
Na eleição geral de 1998, o estado do Arroio de Fevereiro viveu mais um momento de conflito interno na área da segurança pública. No período anterior, de 1995 a 1998, o território do estado passou por tudo, incluindo uma intervenção confederal, sucessora da presença de forças nacionais em grande evento no ano de 1992, conferência do Sistema Internacional Unificado para o meio ambiente. Na ocasião, a cidade do Arroio e arredores foi demarcada em zonas vermelhas – muito perigosas – laranja – de mediano perigo – e verdes – onde não havia perigo, mas apenas moradores deveriam circular. Nos bairros mais ricos, segundo a tecnologia da época, residentes eram orientados a portar contas de luz ou água, provando “que ali moravam”. Já para os moradores de comunidades de favela, a solução da Guarda Nacional do Bananistão foi apontar um canhão de blindado, um tanque à frente da maior das comunidades vizinha de bairros ricos.
No governo seguinte, com debandada geral dos seguidores do antigo caudilho desgarrado do pago Sulista e, já radicado na beira da praia, desde que voltou do exílio, o inferno estava posto. Em nível federal, da hiperinflação se passou para a estabilidade monetária, mas amputando as possibilidades de autofinanciamento dos estados bananisteiros. No plano subnacional, no Arroio de Fevereiro, a Operação Riacho II fecha 1994 estabelecendo a segunda intervenção confederal na antiga capital da republica da quartelada e do Império Luso-Bananeiro. Após as eleições gerais de 1994, com o Bananistão tetra campeão do mundo, o governo “fevereirense” está com transição de mandato com decadência “ampla, geral e irrestrita” – incluindo a criminalização da pobreza na praia e na areia, escandalizado os banhistas e as TVs com os “arrastões”.
Não seria tarefa simples controlar a Força Militarizada do Estado do Arroio de Fevereiro (FMEAF) do estado e para tal, a Secretaria de Segurança Cidadã é entregue a um ex-repressor da guerra interna contra a incipiente guerrilha contra a ditadura militar, secundado por um delegado reformador, da geração de “sangue novo constitucionalista”, por sinal social-democrata assumido, e eleitor mais para canhoto e depois exercendo mandato pela ex-esquerda. Na comparação do Bananistão com o Brasil, especula-se que foi por volta deste período que o diretor de comédias televisivas José Padilha rodou o Tropa de Elite 1. Para ter uma ideia do tamanho do problema, a famosa Divisão Anti Sequestro começou a solucionar todos os casos, justo porque o super-delegado “Comissário do Raio de Luz” foi comandar a Divisão e ordenou: “ninguém sequestra mais”. E os cativeiros começaram a ser estourados um depois do outro.
No segundo governo do ex-caudilho e no que o sucedeu, seu ex-prefeito da capital do Arroio de Fevereiro, a FM tinha um notório grupo de extermínio, Jumentos Velozes, no 109º BFM de Arrocha Piranda. Pelas reorganizações das unidades, essa tradição veio a ser do 144º BFM, a Unidade do Terror. Ambos os batalhões se cruzam com a história da FA, o primeiro com o papai valentão, pois quando foi assaltado pilotando um carro conversível e armado (dizem que de revolver de espoleta, um 38 fajuto como uma tal sigla partidária ainda não legalizada), teria recorrido “aos amigos dos mais amigos” do 109º Batalhão e a partir daí parece que ninguém sabe e ninguém viu. No ato de reagir, o valente taifeiro reformado congelou – o que é normal -, mas no momento de “correr atrás”, chamou a força dos Jumentos e “passaram geral”. Esses Jumentos teriam promovido a chacina de Coroinha do Local, sendo antecedida pela da Igreja da Mãe da Pandelária e de 14 jovens filhos de Avós de Acaçari, no centro da capital. Dezenas de moradores da cidade e arredores perderam a vida para esse grupo de extermínio diretamente influenciado pelo então ainda deputado sub-nacional e ex-major da FMEAF, Cleomir Tangerina. Dentre estes, o autor desta fábula em sua versão real e concreta também perdeu um amigo para um desses criminosos em seu turno de folga, “tirando serviço” na Região dos Lagos.
O paralelo ao 109º BPM na década de ’90 é a ação do 144º BPMERF na segunda década do século XXI. Assim como as unidades tenebrosas – Jumentos Velozes e Unidade do Terror -, o modelo de acumulação primitiva de cobrar tributos da economia ilegal – o famoso arrego semanal mais os extras sobre o narcotráfico – e a “boa convivência” com a bicheirada foi mudando. Houve mais uma tentativa de “reformar” a polícia, dessa vez com um antropólogo e literato, um ex-euroestalinista, desses que acredita piamente na democracia burguesa e no “aprimoramento das instituições”.
Quando a ex-esquerda chegou ao Planalto Real, a capital do Bananistão, o próprio foi levado à condição de Secretário Nacional de Segurança Cidadã, e propôs novamente a reforma policial com carreira única e ciclo completo. O queimaram de novo, mas sem ameaça de vida. No Arroio de Fevereiro, no governo do Molequinho Falador (MF), a “nova força militarizada” começou com fôlego e terminou sendo caracterizada pelo assertivo intelectual de “parcela apodrecida”. Novamente era para juntar óleo e água. O professor reformador era o 02 de um ex-repressor, Hipocrisia de Terno (HT), tenente-coronel da FMEAF, mas que havia atuado na repressão política, incluindo acusações de tortura a presos políticos. Em março de 2000, o MF demite o ex-euroestalinista pela TV, justo pelo fato da denúncia da parcela apodrecida. Daí em diante, um breve exílio salva a sua vida e de seus familiares.
O reformador civil não foi o primeiro, antes nos idos de 1983, uma geração de coronéis da Força Militarizada com interesses em direitos humanos e sociais, estudiosos de psicologia social, tentaram mexer nas entranhas da instituição. O que mais longe chegou foi Antonino Magnaldo de Oliveira. Terminou assassinado em circunstância muito mal explicada, quando já estava na reserva, e cujo caso foi encerrado pelo então secretário HT e com o silêncio cúmplice do “reformador”. Enfim, ali é difícil mesmo, como afirmou o diretor de comédias: “o sistema é F. parceiro”.
O século XXI trouxe uma “novidade”, ocorrendo com o Bananistão algo semelhante aos eventos de profissionalização e complexidade empresarial no mundo real, como na terra de Gabriel García Márquez, com as Autodefesas Unidas de Colômbia (AUC). Passaram a dominar territórios (vendendo o colégio eleitoral da comunidade como porteira fechada), redes de negócios com ampla penetração social (como gato na TV a cabo, distribuição de gás, Vans de cooperativas de transporte para áreas sem transporte público concedido) e também na tributação para taxa de segurança (sobre todo e qualquer comércio na área). A próxima complexidade para os paramilitares fevereirenses seria o controle de rotas para roubo de cargas, aluguel de espaços para “bocas de fumo” incluindo tele-entregas e os “empreendimentos imobiliários”. Algo semelhante ocorrera no México, quando uma unidade de elite binacional – mexicana com o GAFE e guatemalteca com os Kaibiles – composta por reservistas formou a última companhia, a Z. Los Zetas passaram de escolta a cartel e depois foram dizimados na guerra do norte. No Arroio de Fevereiro, além de não sofrerem derrota alguma, o paramilitarismo policial cometeu um crime na memória histórica, ao incorporar a designação de “mlícias”.
Nos governos da Parcela Apodrecida assumida, com HT à frente e MF no Palácio das Mexericas, assim como já na sucessão de Espinhosa Margarida (EM, a “conja” de MF segundo o dicionário luso-entreguista do juiz Marreco da Republiqueta), a podridão aumentou. No período, a chefia de Investigações Judiciais (IJ) ficou a cargo de um delegado muito esquisito. Rambo Galã (RG), ex-oficial da FMEAF (saiu como tenente superior e teria feito curso de força de ação inesperada), entrou na Academia da IJ com mandado de segurança e HT o promoveu. Acabou na famigerada ALEAF e preso pelos federais. De biografia “inspiradora”, seu legado serve para roteiros de obras “noir”, de tipo mistérios e misérias policiais.
Como tudo no Arroio de Fevereiro é “complicado”, um Playboy Parasita (PP) foi eleito governador de estado em 2006, reeleito em 2010 e ainda indica o sucessor, o Dedo Gigante (DG), para o Palácio das Mexericas. A farra acaba com todo mundo em cana, o estado sob intervenção das forças confederais do Bananistão e depois prende o suposto “Dedo Gigante” (DG), que realmente estava “difícil” de ser identificado pela Força Tarefa da Vazante Espumosa. O inútil PP até era filho de poeta, e se dizia uma pessoa “simples”, torcedor do Gigante da Colina, mas de estranhos hábitos, como festas nababescas com guardanapos na testa em plena capital da Gália.
O parasita era poderoso, chegando a indicar dois juízes para a Suprema Corte Estamental Bananeira. Dizem que um deles, metido a casca grossa e faixa preta não sei que grau (mas de verdade a faixa dele, não a que o FA ganhou do seu Crobson), teria beijado os pés da primeira dama fevereirense depois que ele, fora indicado para Suprema Estamental pelo peso político do hoje ex-governador defenestrado. Como tem eleitor à beça no Arroio de Fevereiro, a ex-esquerda se aliou ao inútil no governo estadual, baixando linha e tudo através do Estalinho Caipira, o super capa preta da social-democracia, botando a aliança com o playboy goela abaixo do diretório estadual. Na reeleição o vale tudo pela tal da governabilidade ainda pegou, mas na eleição do DG já era cada um por si. Isso porque a lambança estava feita, com todas as legendas de centro-esquerda do estado se sujando, caindo de cabeça na vala, sem pudor, abrindo mão de quase tudo para fazer quase nada. E ainda sair queimada.
Os dois governos do Playboy foram, em sua grande maioria, geridos na pasta da segurança por um delegado federal que vinha da Província Sulista. Antes, por breves meses, outro federal, que se aventura na carreira política e que havia sido braço direito do Josefino Carcamano, ex-candidato á Presidência do Bananistão por duas vezes, foi titular da pasta maldita, o Zerelo Itaíba (ZI). Mas, a marca da insegurança pública do Playboy e do DG foi com o secretário sulista. Com fama de honesto, de repente entrou e saiu limpo, mas foi no mínimo conivente com a chocadeira de veneno que estava sendo gerida nas entranhas, no bolo fecal do “sangue azulado”.
“Gelatina”: deputado amigo dos amigos
É neste período que entra no circuito político o “Gelatina”, como deputado subnacional na amaldiçoada ALEAF. No governo da Espinhosa ele entra na carreira política, pegando carona no nome do papai, ainda no século XX. Chega ao mandato de legislador da unidade confederativa no período anterior e seguinte, como no do Ex-Dirigente, à frente do Bananistão. O CT, repetindo a retórica do pai, vê esquerda em tudo, mesmo quando esta sequer está presente. “Gelatina” foi reeleito quando do primeiro governo PP no Rio de Fevereiro e seguiu no mesmo embalo vindo a ser representante majoritário no pleito seguinte, quando o FA pega carona na crise política e se torna o vice-presidente do Bananistão, com a ajuda indireta do trio engravatado e mauricinho da Republiqueta: Marreco, Danoninho e Galã do Compliance (afilhados adotivos de um tal de Cajuarino).
Do período auge do Playboy, com direito a discurso elogioso do CT, a Parcela Apodrecida “evolui”, sendo uma empresa arrojada, distribuída em redes de terceirizações, num processo de “inovação empresarial” à altura do novo milênio. Toda a lenga-lenga ridícula neoliberal é um pastiche da realidade, mas opera como texto legitimador. Já não era possível ignorar as denúncias e milagrosamente a ALEAF bancou uma Comissão Legisladora de Investigações (CLI) do Paramilitarismo, sob a coordenação de mais um reformista convicto, como o antropólogo que queria reformar a polícia. Apesar de discordar de seu sistema de crenças e do “estrelismo” vindouro, reconhece-se que investigar a Parcela Apodrecida já como paramilitarismo policial foi um ato de coragem e fundamental para revelar aquilo que a nata da gema fingia não ver.
Entre fevereiro de 2007 e o segundo semestre de 2008, a dita CLI das “Parapolícias” trabalhou fundo na investigação do bolo fecal do paramilitarismo policial no estado do Arroio de Fevereiro. O domínio territorial se consolida em no início da primeira década do novo século e entra em conflito, por retaliação, com a maior das facções de redes de quadrilhas do varejo do narcotráfico, a Facção Tomate. “Curiosamente”, quase a totalidade das instalações permanentes de policiamento em comunidades se deu em áreas desta facção, a FT. Outro fenômeno da auto-organização parapolicial, a partir dos anos 2000, alguns servidores da segurança pública começaram a se organizar para expulsar o tráfico de áreas onde residiam. Nesta luta pela sobrevivência, a nova tradição se soma a de “polícia tropeira”, dando um salto organizativo.
Neste salto, as redes formaram bandas de parapoliciais. Duas ganharam destaque. A maior delas, quando fecharam o relatório da CLI, a Religa da Injustiça, de Big Field, faturava limpo e sem tributação cerca de R$ 2 milhões à época (muito dinheiro para o período). Outra fonte de renda e “necessidade de botar ordem na coisa”, é a presença de vans e cooperativas de transporte alternativo, ilegais embora muito necessárias, no Arroio de Fevereiro, novamente com ênfase na Zona Oeste. Não era exclusivo dos parapoliciais gerir ou tributar o negócio, mas a ordem do trânsito e a fiscalização mais interna – além de conter as brigas – serviu como porta de entrada das bandas paralelas de parapoliciais.
A cobrança da ordem territorial e de novos loteamentos em comunidades seria outra forma de desenvolvimento das empresas de parapoliciais. De tão conhecida tal prática, até virou novela na Rede Bobo (de 2007 para 2008), tendo um galã das antigas interpretado um personagem livremente inspirado em líder comunitário semelhante. A comunidade da Porteirinha foi a fábula para a Rio das Pedradas, espaço principal da trama do folhetim televisivo. Nesta comunidade seria organizada nefasta Repartição da Delinquência (RD), novamente emulando fenômenos colombianos como a Oficina de Envigado, do finado Popeye, ou da Oficina semelhante de Cáli. O reconhecimento da emissora nave mãe no Bananistão, contando inclusive com o aval novelístico da Famiglia dos Narinhos, vai ao encontro da sofisticação de domínio.
Ao lado dos matadores e de pilotos – feras das ruas esburacadas em Vans, carros sem amortecedores ou motos rápidas – o coração da economia parapolicial está na capacidade administrativa, na ação de contadores e analistas de dados. A bandidagem fardada ou distintivo em dia de folga, montou uma complexa cadeia de valo. Existe, de fato, economia política do paramilitarismo policial. Da “porteira fechada” para dentro e na trama entre territórios e formas de lavagem e multiplicação de ativos e de capitais. Nesta seara entra o papel de gabinetes parlamentares, dentre eles destaca-se a simbiótica relação entre o núcleo familiar dos FA, com a facção da bandidagem que já vestiu farda, com o hoje finado Sub-Comandante Matador Mariano da Obra (MMO) e seu 02, o sempre presente como meganha e ex-cabo, Faz-tudo de Oroz (FTO). Ao longo dos mandatos sub-nacionais do “Gelatina” a coisa avançou, os ovos chocaram e as serpentes desfiaram seus venenos.
Veremos estas façanhas nos próximos episódios.
Imagem: Rafael Costa
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