O furacão Idai atingiu o sudeste da África no dia 15 de março causando quase 800 mil mortes em Moçambique e países vizinhos “Eu vivo na capital, Maputo. O ciclone arrasou o centro, entrou pela cidade da Beira, que é a nossa segunda cidade, e arrasou até o Zimbabwe e Malawi!, conta Viriato Tamele, jornalista da Ciranda em Moçambique.
Com sua família à salvo, mas vivendo no país que registra mais da metade das vítimas fatais do ciclone, Tamele tenta comprender a dimensão a tragédia que se agrava a cada dia e, como todos os moçambicanos, os modos de ajudar seus compatriotas. “Estamos a braços com uma situação terrível e fazendo várias campanhas para apoio em coisas básicas, como comida, roupas, coisas para emergência, e ainda não conhecemos a magnitude deste desastre”
Infelizmente, as avaliações que chegam do país africano é de que “a situação vai piorar antes de melhorar”,como disse a diretora-executiva do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), Henrietta Fore, em visita às áreas afetadas. Ela estimou que um milhão de crianças sejam vitimadas pela passagem do furação.
Entrevistado pelo Jornal Nacional, do Brasil, o escritor Mia Couto disse que “ainda há muita gente em cima de ruínas, de telhados e de árvores à espera de socorro. Estão assim há mais de três dias. Muita gente está a desfalecer de fome, de sede e sem abrigo”.
De acordo com um comunicado da Cruz Vermelha, infecções de malária se espalham entre os sobreviventes isolados em locais alagados.
As fotos que circulam no Brasil, por exemplo pela Associação Nacional da Advocacia Negra e vídeos que chegam de Moçambique dão uma pequena dimensão das condições desesperadoras dos moçambicanos que lutam pela sobrevivência e dos esforços para resgatá-los.