No dia 7 de fevereiro, a Embaixada brasileira em Dacar organizou uma recepção ao Conselho Internacional do FSM por uma comitiva ministerial formada pelo Ministro-Chefe da Secretaria Geral da Presidência da República, Gilberto Carvalho, representando a presidenta Dilma Rouseff e as ministras Maria do Rosário (foto), dos Direitos Humanos,Iriny Lopes, de Políticas para as Mulheres e Luiza Bairros, da Igualdade Racial
Um propósito do governo era reafirmar o apoio ao processo FSM e manifestar já a acolhida para uma eventual proposta de que o próximo evento centralizado do Fórum, em 2013, também seja realizado no Brasil.
O momento também foi organizado de modo a que o grupo de ministros apresentasse as políticas sociais do atual governo, especialmente aquelas voltadas para segmentos que mais movimentam as agendas temáticas do FSM sobre diversidade, igualdade, direitos humanos e meio ambiente. Após a fala do governo, a palavra foi dada aos membros do CI, que reforçaram a importância de se avançar no atendimento às demandas nessas áreas.
A Confecom foi convodada no FSM
Duas brasileiras integrantes do Conselho Internacional pediram a palavra para lembrar e cobrar compromisso do governo com a agenda da comunicação. Rosane Bertotti, da CUT, enfatizou a importância da liberdade de expressão. O termo está em disputa no Brasil entre os campos que buscam democratizar a mídia e sempre defenderam liberdades e os proprietários dos grandes meios, que procuram relacionar a proposta de regulação do setor com a volta da censura. “Viva a Liberdade de Expressão” exclamou Rosane, reafirmando a luta da comunicação pelo movimento social brasileiro.
Rita Freire, da Ciranda, pediu empenho do governo em assegurar um ambiente de comunicação acessível e democratizado, efetivando propostas aprovadas na I Conferência Nacional de Comunicação. Integrante da Comissão de Comunicação do CI, ela lembrou ao governo que foi no último encontro com o Conselho Internacional do FSM, em Belém, durante o FSM 2009, que o então presidente Lula anunciou a convocação da Conferência.
Que uma vez convocada, os movimentos e organizações sociais brasileiras se mobilizaram regional e nacionalmente e aprovaram na I Confecom, realizada em dezembro de 2009, um conjunto de propostas e subsídios detalhados para democratizar todo sistema de comunicação. Os subsídios estão a disposição do novo governo, que precisa dar continuidade ao processo.
Em resposta, Gilberto de Carvalho recordou que a I Confecom fez parte de um processo de grandes conferências convocadas para subsidiar políticas públicas e disse que foi uma surpresa para o governo a reação agressiva dos grandes meios de comunicação, para os quais, concluiu o ministro, a liberdade de imprensa só deve existir para eles.
Ele também disse que o governo admite estar em dívida com segmentos populares da comunicação, especialmente as rádios comunitárias ( que são marginalizadas e criminalizadas no Brasil e que foram grandes protagonistas da I Confecom) e que o novo governo tem um compromisso em corrigir isso, e atender não apenas a mídia tradicional mas também as comunitárias.
Solidariedade à Palestina, apoio à Agroecologia
Durante o encontro, alguns participantes fizeram propostas específicas ao governo. Uma delas é a de apoiar a realização de uma Conferência Internacional de Solidariedade ao Povo Palestino, às vésperas da Rio+20 (conferência da ONU sobre Meio Ambiente, 20 anos após a Eco 92 realizada no Rio de Janeiro). As boas vindas à iniciativa foram imediatas.
Outro sinal positivo foi dado ao ator Marcos Palmeira, convidado para o encontro, que apresentou e pediu apoio para a expansão do projeto PAIS (Produção Agroecológica Integrada e Sustentável), incentivado pelo Sebrae, voltado a dar sustentabilidade ao pequeno produtor.
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