O termo “Volkswagen”, o “carro do povo”, foi criado por volta de 1924, pelo engenheiro alemão-judeu Josef Ganz, que lutava para modernizar a indústria automobilística alemã, publicando ideias inovadoras para a produção de um primeiro automóvel realmente popular. Em 1933, Adolf Hitler visitou o Salão Internacional do Automóvel de Berlim e viu, no projeto desse carro popular, o “Volkswagen”, uma forma eficiente de propaganda nazista e aglomeração de massa, e falsificou a história: a ideia de “carro do povo” passou a ser sua jamais aquela original do judeu Ganz!
Ainda em 1934, Hitler encarregou seu homem de confiança, Albert Speer, o Arquiteto-chefe e Ministro do Armamento do Terceiro Reich, do desenvolvimento daquela que deveria ser a maior fábrica de carros do mundo: a Volkswagen!
Uma empresa modelo nazista
Speer desenvolveu um projeto arquitetônico colossal, absolutamente do agrado de Hitler, em Wolfsburg, praticamente foi criada para ser a sede da empresa automobilística Volkswagen. Em 26 de maio de 1938, com enorme propaganda, os nazistas lançaram a pedra fundamental da Volkswagen, empresa formatada como “modelo empresarial nacional-socialista”. Ela deveria ser capaz de produzir até 1,5 milhão de carros por ano.
Com a guerra, entretanto, a produção de carros civis deixaria de ser a principal prioridade da Volkswagen e a companhia passou a produzir armamentos. Em 1939, depois de um ano de funcionamento, teve início a produção de aviões de guerra, diferentes tipos de minas (pessoais e incendiárias), veículos anfíbios e motores para tanques de guerra. A própria VW produziu em série os terríveis mísseis V1.
A VW utilizou campos de concentração próprios. O campo de concentração com o cínico nome de “Vila do Trabalho” foi um projeto piloto com o qual os nazifascistas procuravam averiguar e experimentar a forma mais eficaz de explorar os presos dos campos de concentração na indústria de armamentos.
Os trabalhadores e trabalhadoras forçados estavam expostos a um monstruoso regime de terror. A “segurança” da VW dispunha de um “bunker de castigo e reeducação” onde os agentes das SS torturavam e maltratavam os presos pelos mais insignificantes motivos. Também a Gestapo, tinha seu centro na fábrica e seu local para execuções públicas por enforcamento.
Mas a Volkswagen foi igualmente um verdadeiro antro de acoitamento de nazistas desde o pós-guerra, em 1948, até os anos 1980, quer na Alemanha, quer nos países da América Latina e África.
Convidamos à leitura de nossa crônica.
Foto: Hitler avaliando o Fusca/Domínio Público.