O Povo Mapuche sustenta há décadas uma luta pela recuperação de seus territórios tradicionais, contando atualmente com uma grande quantidade de presos no Chile, vários deles acusados com base na lei antiterrorista do país – em procedimento já condenado por especialistas das Nações Unidas.
Os ataques, segundo comunicado da rede de familiares e amigos dos presos mapuche, foram cometidos sob o olhar complacente de autoridades e violando o toque de recolher que impera no país por conta da pandemia. Tais episódios acontecem num momento em que os Mapuche pedem que indígenas presos – inclusive autoridades religiosas como o machi Celestino Córdova – sejam respeitados conforme preconiza a Convenção 169 da Organização Internacional do Trabalho, podendo cumprir pena em suas comunidades, de acordo com os costumes mapuche. Vários dos manifestantes indígenas encontram-se em greve de fome. Pelo menos 19 mapuche foram presos no município de Curacautín.
Seguimos defendendo a luta por autonomia, terra e território e afirmamos: os povos originários de nosso continente Abya Yala possuem o direito ancestral a viver com dignidade em seus territórios segundo seus costumes e sua cosmovisão. Que os povos do Chile e da América Latina abracem a causa Mapuche e combatam ao lado da justiça e paz contra os racistas e o mau governo. A hora de nossa grande luta de libertação está chegando.
Desde a Bahia, 03 de agosto de 2020.